Jogo sempre videogame com o Padawan, mas não imaginava o poder que tem ao fazermos isso. Traduzi o post do Jacques Legalt, psicólogo, professor, consultor, escritor e orador público com mais de 25 anos de experiência no campo, fala justamente da importância dos pais jogarem videogame com os seus filhos.

Confira:

Nosso filho adolescente passa todo o tempo jogando no porão e está nos deixando loucos! Pode me ajudar?”

Esse é um pedido frequente de muitos pais estressados. Gentilmente respondo que não posso ajudar pois tenho a absoluta certeza que eles mesmos podem resolver esse “problema”. E ao perguntar se eles jogam videogame, eles me olham perplexos, incrédulos, como se eles acidentalmente tivessem entrado no consultório errado.

Então eu prossigo e explico que o mundo dos videogames é muito importante para os filhos. Os jogo tornam-se um evento social onde os jogadores se comunicam online com outros jogadores. Os Padawans estão se desafiando e também desafiam outros jogadores pelo planeta competindo então para encontrarem um lugar na ordem hierárquica do mundo dos jogos. E isso proporciona uma realização significativa para eles, não muito diferente das realizações do mundo offline.

Mas ele está desperdiçando a sua vida” é a resposta típica dos pais e posso sintir o medo deles. Então explico que a forma de guiar seus filhos para fora desse mundo, é os pais entrando nele. E digo mais: ao entrar nesse mundo, seja curioso e tente ver o que tem de bom nele. Assim seus filhos não irão enxêrgá-los como inimigo.

Para entrar nesse mundo significa que você terá de jogar. Sim, passar algum tempo precioso com eles jogando. Quando meus dois filhos começaram a jogar, senti a mesmo frustração e impotência da maioria dos pais, e percebi que se não podemos vencê-los, junte-se a eles. Então eu comprei um jogo que me interessei, o Max Payne 3. A história se assemelha de um filme noir e é sobre um policial aposentado de meia-idade, cansado e infeliz por causa do assassinato de sua esposa e filho recém-nascido.

Levei um tempo para dominar o controle do jogo, mas com um pouco de perseverança, conseguia jogar sem ser morto em segundos. E então meu cérebro começou a inundar com os sentimentos deliciosos de realização e nesse momento fui fisgado. Foi naquele momento que entrei no mundo dos meus filhos. Quando uma nova fase era muito difícil para mim, eu pedia a ajuda deles e com com muito prazer eles me ajudavam. Aí eu comecei a gostar de ir vê-los jogando.

Na mesa de jantar as discussões sobre os jogos substituíram as discussões improdutivas que tínhamos para que eles parassem de jogar. Essas conversas abriram as portas para trocas mais significativas, como o que eles achavam do impacto de jogar demais, a violência virtual, a misoginia, o racismo e assim por diante. Eu não era mais um pai chato que dava sermão, e sim um pai que conversa com seus filhos sobre  questões importantes. E  nessas conversas acabei conhecendo muito mais meus filhos e percebi que são muito mais inteligentes do que eu pensava.

Então, quando chegava a hora de desligar o jogo para eles fazerem o dever de casa ou outras tarefas e eles gritavam: “Ainda não, eu preciso terminar esse nível!”, eu sabia exatamente qual era a importância disso. Aí eu ia até o porão para vê-los finalizar o nível e para aprender alguns truques. Mais cinco minutos que levou para concluir o nível ficou muito mais agradável do que a luta interminável para que eles desligassem o videogame para realizarem tarefas.

Alguns pais não voltam mais para as sessões depois que explico isso. Acredito que é porque eles estão muito ocupados jogando com os filhos.

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Bacana né? Então a dica é essa: entre no mundo dos seus Padawans. Se interesse e você verá como pode ser divertido.

E aproveite e confira o unboxing que fiz do Mega Drive e o Game Play de Altered Beast e Sonic 3 que fiz com o Padawan:

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