No começo desta semana, a cúpula do governo americano ficou estarrecida com a notícia de que o diretor da CIA, general David Petraeus, apresentou sua renúncia ao cargo, ao vir a público o fato de que ele mantinha um caso extraconjugal com sua biógrafa, a ex-militar Paula Broadwell, pondo fim a uma carreira promissora e manchando sua imagem de herói de guerra. Tão promissora que a Activision o visualizou num posto maior num futuro próximo.

Ex-diretor da CIA é retratado em game como secretário de defesa

No recém-lançado game Call of Duty: Black Ops II, Petraeus é apresentado como secretário de defesa dos Estados Unidos e braço direito da presidente, que possui semelhanças com Hillary Clinton. Como a história do game se passa em 2025, os produtores devem ter acreditado que incluir Petraeus no game em um cargo tão importante era um risco mínimo, já que ele era um militar calejado e acima de qualquer suspeita.

Casos como esse são tabus no mundo da espionagem, e Petraeus não tinha outra saída a não ser entregar o cargo. Um diretor na posição dele seria suscetível a chantagens caso sua escapada fosse descoberta, e poria em risco a segurança nacional americana.

Além disso, não é de hoje que o sexo é uma arma poderosa numa guerra de inteligência: as kunoichis (ninjas femininas) eram treinadas em técnicas de sedução para conseguir roubar segredos militares dos daimyos (senhores feudais)  no Japão medieval. O caso moderno mais famoso é o de Mata Hari, sem falar das agentes que a KGB treinava, as míticas “andorinhas”.

Como Petraeus tem certa importância na história, é improvável que a Activision o remova do game, o que deixará Black Ops II marcado com essa curiosidade no mínimo incômoda – para os americanos.

Fonte: Kotaku