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Brain Rot: entenda o termo, riscos e como proteger seus filhos e filhas

Em 2024, o Oxford University Press escolheu brain rot como uma das palavras do ano. A expressão ganhou força primeiro na internet, especialmente entre adolescentes, para descrever a sensação de “cérebro derretendo” depois de passar horas rolando vídeos curtos ou consumindo conteúdos sem muito valor.

Traduzindo literalmente, brain rot significa “cérebro apodrecido”. O termo remete a uma deterioração mental causada pelo excesso de estímulos triviais online, que enchem a mente, mas não nutrem de verdade. Não é à toa que o conceito viralizou em um mundo onde o tempo de atenção está cada vez menor.

Mas é importante entender que brain rot não se limita apenas aos vídeos curtos. Ele pode aparecer em qualquer situação de consumo passivo de conteúdo, seja em maratonas intermináveis de séries, em jogos repetitivos sem estímulo cognitivo ou até no excesso de redes sociais.

A relação entre dopamina e o consumo de conteúdos rápidos

Um dos fatores centrais para entender o brain rot é a dopamina. Esse neurotransmissor está ligado ao prazer imediato e à recompensa. Cada vez que assistimos a um vídeo engraçado ou passamos rapidamente para o próximo conteúdo, recebemos uma pequena “descarga” de dopamina.

O problema é que, segundo especialistas como a psicóloga Angela Duckworth, o excesso de estímulos rápidos prejudica a capacidade de atenção prolongada e a aprendizagem profunda. Ou seja, quanto mais tempo passamos nesse ciclo de gratificação imediata, mais difícil fica manter o foco em tarefas que exigem paciência e esforço.

Com crianças e adolescentes, o impacto é ainda maior. O cérebro em desenvolvimento precisa de experiências que estimulem criatividade, raciocínio crítico e concentração. Quando o consumo de dopamina vem apenas de estímulos rápidos, cria-se uma espécie de “fast food mental”.

Brain Rot não é só sobre vídeos curtos

Apesar de os vídeos de poucos segundos serem o exemplo mais evidente, o brain rot não acontece apenas neles. A lógica é a mesma em qualquer tipo de consumo passivo, onde a pessoa recebe estímulos constantes, mas sem engajamento real.

Isso pode acontecer com maratonas automáticas de séries em que você nem lembra do episódio anterior, com músicas de fundo tocando em loop sem prestar atenção ou até mesmo com podcasts longos que não geram reflexão. O ponto central é a falta de absorção ativa.

Quando consumimos passivamente, ficamos cheios, mas não satisfeitos. É como comer fast food todo dia: dá saciedade, mas não nutre.

Como evitar o Brain Rot em crianças e adolescentes

Pais e mães podem desempenhar um papel essencial para reduzir o impacto do brain rot. Não se trata de proibir vídeos curtos ou redes sociais, mas de trazer equilíbrio e estimular práticas de absorção ativa. Algumas ideias incluem:

O papel dos adultos no consumo de conteúdo

Vale lembrar que o brain rot não é exclusivo dos jovens. Muitos adultos também passam horas rolando feeds infinitos e saem com a sensação de que perderam tempo. A diferença é que crianças e adolescentes estão formando ainda suas bases cognitivas, o que torna o impacto mais preocupante.

Para dar o exemplo, os pais também podem adotar práticas de consumo mais consciente, como:

Conclusão

brain rot não é apenas uma moda linguística. Ele reflete um fenômeno real sobre como estamos consumindo conteúdo na era digital. Seja na versão mais popularizada, como os vídeos curtos que liberam dopamina imediata, seja no brain rot italiano que virou meme, a questão central é a mesma: passividade diante da informação.

Para pais e mães, o desafio é equilibrar o consumo digital dos filhos com experiências mais ricas e completas. Isso inclui incentivar filmes, séries, livros, jogos e momentos em família que promovam foco, criatividade e reflexão.

O segredo não é demonizar a tecnologia, mas ensinar nossos filhos a usá-la de forma consciente. Afinal, o cérebro precisa de nutrição de verdade, e não só de fast food mental.

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