Estreia hoje a terceira temporada de O Demolidor, na Netflix. Tive acesso a dois episódios e o que posso dizer é: assistam. Está tudo bem redondo e o Demolidor se firma como sendo uma das melhores séries de super-heróis.
Não quero nem saber se é um meteoro ou aerólito que caiu ontem na Rússia. Para mim, é uma cápsula de fuga de Krypton que entrou em nosso planeta. Mas o coitado que estava lá dentro errou, e ao invés de cair nos EUA caiu na Rússia. Será que o universo paralelo do comic book Entre a Foice e o Martelo será real?
Veja o vídeo do meteorito, quer dizer, da cápsula:
E confira uma Resenha Nerd sobre o Entre a Foice e o Martelo feita pelo Cassio L:
Nessa obra de Mark Millar (Roteiro) E Dave Johnson (Desenhos), somos apresentados a uma realidade em que o último filho de Krypton é adotado, não por um gentil fazendeiro e sua esposa mas por dois trabalhadores de uma fazenda coletiva da união soviética, tornando-se, a partir daí, um Superman agregado à URSS, o que influencia, e muito, a Guerra Fria.
O clássico antagonista, Lex Luthor, também está presente, personificando a principal esperança capitalista contra o defensor soviético de aço. Além de Luthor, vários outros personagens do universo DC fazem aparições na série.
Vale evidenciar a versão de Batman, que nesse universo é uma espécie de ativista mascarado contra o sistema russo da época, que acaba sendo como um V deturpado.
A contextualização histórica é impecável, sendo reforçada por um glossário de termos, biografas e detalhes da história.
Os seus três volumes da série se desenvolvem, excelentemente, bem, culminando num final simplesmente surpreendente.
E agradeço ao @Preda2005 e o @MrNoin pelas dicas 😉
Eis que finalmente Loki Laufeyson toma o poder de Asgard e agora é seu novo soberano. Esta é a premissa da minissérie homônima reunida no encadernado Loki por Robert Rodi (roteiro) e Esad Ribic (arte).
A trama não mostra o que o Deus da trapaça fez para conseguir o seu prêmio mais desejado, e inicia-se com Loki já sendo o novo líder de Asgard e tendo como seus prisioneiros os três guerreiros, Balder, Odin e, principalmente, Thor, o que dá um tom de mistério à ela e já mostra que será contada pela ótica de Loki.
E a história pela ótica de Loki é um dos pontos fortes da obra, que permite mostrar mais do seu interior e motivações. Além disso ela é entrecortada de flashbacks de situações que envolvem o novo soberano de Asgard com seus cativos.
Outro ponto forte é o enraizamento da trama nas tradições e lendas nórdicas, sendo várias de suas partes discussões acerca de fatos da mitologia nórdica ou mesmo seu “acontecimento” propriamente dito.
Por fim, é indispensável falar sobre a arte de Robert Rodi que deleita os olhos, mostrando versões verossímeis dos personagens e cenários. Seu Loki, quando visto de perto tem o rosto enrugado e dentes podres, como se emanasse veneno e maldade.
Uma boa obra para quem gosta ou quer conhecer melhor o personagem e, também, para quem parou de ler quadrinhos há algum tempo e quer ler algo recente, já que a minissérie não está relacionada a nenhuma cronologia específica.
Trindade é uma minissérie em três edições por Matt Wagner, encarregado de arte e roteiro e Dave Stewart como colorista.
Sua premissa é apresentar a primeira aliança da trindade de maiores super heróis da DC Comics: Batman, Superman e Mulher-Maravilha. A trama gira em torno de um plano terrorista do vilão Ra’s Al Ghul que acaba por envolver um colaborador um tanto “bizarro” e uma amazona renegada e rebelde.
O traço característico de Wagner traz à obra o amálgama de novo e antigo que a trama necessita, já que vemos um fato que ocorreu nos primórdios da cronologia dos heróis da DC acontecendo em dias atuais.
Assim acontece com seu roteiro, que é, acima de todos os atributos, saudoso. Vemos várias características dos heróis, das suas mais variadas encarnações (cronológicas), agregando a eles familiaridade e reforçando seus pontos de vista, o que gera bons conflitos de personalidade.
A obra é bastante indicada, obviamente, aos fãs dos personagens e a quem gosta de ver boas interações entre heróis sem que sejam em tediosas mega sagas ou superequipes.
Lembro quando o meu pai chegou de uma viagem e eu já estava dormindo. Ele abriu a porta do quarto, me chamou, e mostrou apenas a capa dessa Graphic Novel. Queria levantar na hora. Mas ele disse que apenas amanhã eu iria ler, pois ele não tinha lido ainda. E é assim que alguns heróis são marcantes, pois passam de pai para filho.
Nerd Pai
Amigos leitores, antes de lerem, gostaria de dizer que o texto a seguir pode conter spoilers (mesmo que uns 30 anos atrasados) para quem não acompanha a cronologia de Batman e pretende ler esta HQ. Dito isso…
Recentemente foi relançada pela Panini em capa dura a Graphic Novel : Batman O Filho do Demônio, por Jerry Bingham e Mike W. Barr.
Publicada originalmente na década de 80, faz parte daquela safra de histórias tidas como as melhores do cruzado encapuzado. A trama é famosa por, além de sua história principal, mostrar o nascimento do filho de Batman e Talia, filha de Ra’s Al Ghul. Vale lembrar que recentemente os fatos narrados nessa Graphic Novel foram incorporados à cronologia oficial do homem morego , tornando seu filho, Damian, o Robin atual.
Os traços de Jerry Bingham, baseados, em parte, no Batman concebido por Neil Adams, trazem um herói aerodinâmico, de movimentos muito fluidos e atrelados a artes marciais, diferentes dos secos e roboticamente precisos que caracterizam o personagem em suas versões mais atuais.
Na trama, Batman é obrigado a se aliar a Ra’s Al Ghul, para deter um terrorista e inimigo em comum, e neste fogo cruzado, proteger Talia, que pode estar carregando seu filho no ventre.
É, como toda a certeza, uma obra clássica e indispensável aos fãs do Cavaleiro das Trevas, tanto por mostrar o Batman em uma de suas mais memoráveis fases, tanto por vermos o choque e a mudança nas atitudes de Bruce Wayne/Batman frente a uma possível nova etapa de vida. Além disso, o preço tá bem camarada para uma obra deste calibre e com um excelente acabamento.
O Legado das Estrelas (Birthright, 2011)é uma minissérie roteirizada por Mark Waid e desenhada por Leinil Francis Yu . Nela, vemos uma versão para a origem, introdução ao mundo e consolidação do Superman como herói. Há também destaque para o destrinchamento da relação entre Lex Luthor e Clark Kent, pré-Superman, ainda em Smallville.
Lex é, também, o vilão da trama com um plano que acabará por revelar a Kal-El, um pouco de seu passado.
Uma idéia interessante de se ressaltar, na obra, é a humanização do Homem de Aço. Aqui, a principio, sem muitas informações de seu planeta natal, a não ser uma enciclopédia holográfica da qual não se entende uma palavra, Clark sai pelo mundo numa jornada de auto-conhecimento e altruísmo (a La Kung Fu). Essa jornada culmina na sua decisão de tornar-se herói. Pelo teaser trailer do novo filme do azulão, ao que parece, teremos esse elemento aproveitado (vide aquela cena em que Clark trabalha no navio e vaga a pé).
Obra superindicada (com o perdão do trocadilho) a qualquer fã do azulão e, principalmente, a quem sempre reclama de o personagem ser desumanizado e onipotente, já que aqui vemos mais homem que o super.
Lex Luthor O Homem de Aço, por Brian Azzarello (roteiro) e Lee Bermejo (arte) ,é uma minissérie em 5 edições que foi lançada no Brasil num encadernado homônimo.
A trama é narrada por Lex Luthor, vilão cujas maiores armas são influência e intelecto superior, que imprime seu ponto de vista nela, e é aí que a obra encontra seu ponto mais forte: o ponto de vista do vilão prevalecendo sobre maniqueísmo clássico, que tende a se apoiar do lado do “bem”, além de suas motivações, que por vezes podem parecer até plausíveis e aceitáveis.
Lex vê no Superman, um bloqueio para a humanidade. Como poderiam os simples humanos se motivarem e evoluírem seus potenciais quando um alienígena que se autoproclama um protetor faz o que nenhum humano jamais conseguirá fazer?
Daí vem o ódio de Luthor, que pretende usar a contrução de sua nova torre e a criação de uma forma de vida artificial com aparência humana num plano inescrupuloso que, para ele, serviria para reavivar a esperança dos cidadãos de Metrópolis e até do mundo.
É interessante ver como Superman é retratado sombrio: olhos vermelhos que se sobressaem à face inexpressiva, obscurecida por sombras e sempre planando em posição de superioridade.
Vale ressaltar a participação de Bruce Wayne (negociando com Luthor) e Batman (que recebe uma visita nada amistosa do último filho de Krypton).
Em tempos em que, para a maioria do público, herói legal é o mais sombrio, fica a dica. Mas também indico a quem gosta de boa leitura, que sombria ou não é sempre boa leitura.
Dylan Dog é criação do italiano Tiziano Sclavi. É um detetive particular, ex-alcoólatra e ex-Scotland Yard, que volta e meia é cercado por casos sobrenaturais que não se limitam apenas a fantasmas e afins, englobando também lobisomens, vampiros (bem diferentes do que a meninada está acostumada hoje em dia) e até alienígenas.
Os enredos de suas histórias são uma mescla de referências e homenagens a filmes sci-fi e B, dentre outras obras ligadas ao horror, chegando a apresentar certo tom de comédia, sendo esta um show a parte para quem gosta de trocadilhos e piadas excêntricas.
Como um bom detetive inglês, Dylan dispõe de um ajudante com quem divide a moradia e as aventuras: Groucho, uma homenagem a Groucho Marx (que até “emprestou” a fisionomia ao personagem da HQ). Non-sense? Pode até ser, mas as tramas de Dylan conseguem assimilar isso de modo a compor, chegando a resultados dignos de permanecerem na memória.
“Dylan Dog” chegou ao Brasil em 1991, pela Editora Record, mas perdurou apenas até a 11ª edição. Posteriormente, a Conrad lançou seis volumes que com as “melhores” histórias.
Recentemente Dylan Dog teve uma adaptação para os cinemas, no entanto, o abandono de alguns dos melhores elementos das HQs deixou o filme vazio, uma pena para os fãs, já que as histórias, abarrotadas de elementos cinematográficos, clamavam por uma adaptação digna.
Sim, o ator é o Brandon Routh que afundou sua carreira com Superman
Não conhece?
Recomendo (mas o filme não).
Você sabia que antes de ser quem é hoje, Frank Miller foi freelancer da Marvel na juventude e em algumas (boas!) histórias desenhou e/ou escreveu o Homem-Aranha?
Você pode estar se perguntando: “Mas quem diabos é esse tal de Frank Miller?!”. Bom, eu respondo: é o cara que escreveu: Demolidor – A Queda de Murdock (futura resenha nerd, aguarde), Sin City, Batman – O Cavaleiro das Trevas, entre outras obras-primas.
As obras do Homem-Aranha nas quais ele contribui foram compiladas, aqui no Brasil, em Os maiores clássicos do Homem-Aranha Vol. 4, pela Panini. São elas: Um cego guiando outro, Das cinzas às cinzas!, O livro de Vishanti, Karma!, O jogo do poder, e Homem-Aranha: perigo ou ameaça?.
Há participações do Demolidor, Quarteto Fantástico, Doutor Estranho, Luke Cage, Punho de Ferro, Cavaleiro da Lua, entre outros personagens. Os enredos de todas são bem amarrados e aliados aos excelentes artistas gráficos da Marvel dos anos 70, tornam qualquer história boa.
Vale a pena procurar e ver que Miller, já mostrava traços de sua genialidade em pequenas doses, nestes trabalhos de juventude.
O Mitos Marvel são histórias curtas, de 12 páginas em média, escritas por Paul Jenkins e ilustradas por Paolo Rivera, que foram reunidas num encadernado homônimo pela Panini.
São cinco no total e tratam da origem de ícones da Casa das Ideias: Hulk, Quarteto Fantastico, Homem-Aranha, X-men , Motoqueiro Fantasma e Capitão America. O diferencial, excetuando a do Capitão, é que as histórias são passadas nos dias de hoje, recebendo detalhes que, obviamente , não faziam parte do contexto em que as historias foram escritas. Peter Parker, por exemplo, anda de skate, como no novo filme.
Vale ressaltar que muitas das características desses roteiros de Jenkins parecem ter sido tomadas como base para alguns detalhes das adaptações cinematográficas da Marvel.
O argumento de Paul Jenkins é bom e convincente, em se tratando de algo tão clichê como a “origem atualizada” de heróis. O diferencial fica por conta da arte de Paolo Rivera, que faz jus ao termo “arte”.
