Até que ponto o consumo para crianças é saudável? Pelo que tenho visto, os pontos de vista divergem bastante no que diz respeito a criança e consumo. Uns acham um absurdo uma propaganda voltada para o público infantil e há quem diz que não faz mal, não tem problema.
Desde que virei madrasta comecei a ter muito contato com o universo infantil e os dilemas que o cercam. Vejo que há exageros dos dois lados da moeda e que os pais não conseguem encontrar um meio termo entre os dois extremos: Consumo excessivo X Alienação.
Recentemente uma marca lançou um carro de brinquedo, daqueles carros em que as crianças entram e fingem que estão dirigindo, mas que contem em devidas proporções as características dos carros da marca feitos para adultos. Prontamente no Instituto Alana (que batalha para propaganda consciente e ética) reclamou alegando que se trata de uma ação abusiva. Em resposta, o diretor de Marketing e Relacionamento da empresa disse: “Em vez de focar no pai, decidimos focar no filho, que influencia o pai na decisão de compra“. A partir deste ponto a reclamação do instituto fez sentido pra mim. Pois acho ruim este foco e acredito que as campanhas devem ser direcionadas a quem tem poder de discernimento sobre a importância das coisas e não considero crianças aptas a tal decisão.
Como estudante de Publicidade, considero importante uma boa propaganda para alcançar os objetivos de venda, mas como madrasta e potencial mãe, acredito que deva haver equilíbrio e que a ética deve estar presente na criação de campanha. É um caminho longo esse de educar e tornar os Padawans pessoas boas e coerentes, mas acredito que valha a pena.
Existe um documentário muito interessante que chamado Criança, a alma do negócio, que aborda o tema e ouve as crianças para saber qual é a sua relação com consumo e seus efeitos.
E vocês, o que pensam a respeito?
Fonte: Blue Bus e Instituto Alana