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Entra ano, sai ano e o 3D continua na mesma: não emplaca

Parece que foi ontem: a E3 2010 teria sido a prévia da nova era da imagem 3D, pegando carona no sucesso de Avatar: a Sony fez todo mundo usar óculos 3D estereoscópicos para ver os trailers de Killzone 3 e Gran Turismo 5, a NVidia continuava a investir pesado na série 3D Vision lançada em 2009, e a BigN deixou o mundo em polvorosa com o Nintendo 3DS, exibindo o revolucionário “3D sem óculos”.

Passaram-se dois anos, e o que ficou? Apesar de difundido, o 3D está muito longe da revolução que foi alardeada. O próprio presidente da Nintendo admite que o 3D não é mais que um gimmick, até porque muita gente teve problemas de motion sickness e a recomendação é jogar não mais que 30 minutos; muitos desligam o 3D sem dó, o que faz do 3DS um DS com esteróides.

O interesse em 3D também caiu por parte da Sony: suas novas TVs são mais voltadas para gamers do que o público em geral, e na última E3, nem um único minuto foi dedicado ao feature. Em geral os fabricantes perceberam que 3D é nicho, nem todo mundo vai comprar uma Smart TV de 84″ com 3D e resolução 4K que custe um braço e uma perna. Mesmo a Nvidia já percebeu isso: placas e notebooks com telas 3D vendem muito pouco comparados a modelos normais, representando apeas 11% das vendas totais.

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Houve um boom momentâneo e as empresas aproveitaram a febre, atirando para todos os lados. Hoje perceberam o óbvio: 3D é add-on, não o Santo Graal. Mesmo TVs inteligentes não vendem tanto assim, pois o consumidor é passivo, não quer interatividade: desde que ela ligue e sintonize o canal de esportes ou a novela, beleza. E outra: ninguém troca de TV todo ano. No Brasil o ciclo é a cada Copa do Mundo, o que me leva a crer que a tal TV da Apple só vai vender para fãs da marca; não vai sequer fazer cócegas no mercado tradicional.

Isso foi muito legal na época. Hoje só vale por ver o presidente da Nintendo of America, Reggie Fils-Aime, pagando mico

Talvez com uma nova tecnologia daqui a alguns anos o 3D emplaque de vez, talvez não. A imagem 2D ainda será o padrão por muito tempo, até porque qualquer um pode consumir: crianças pequenas, pessoas com problemas oculares ou com motion sickness. Eu espero que o 3D sem acessórios adicionais evolua a ponto de não incomodar mais ninguém, até porque é um fardo ter que usar dois óculos. :/

Fonte: Ars Technica

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