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A febre do spinner | Será que ele é terapêutico mesmo?

Na escola do Padawan e no nosso condomínio o spinner está uma febre. Toda molecada está com um e até fazem competição qual spinner demora mais para parar.

Esse aparelho foi criado pela americana Catherine Hettinger lá em 1993. Sua filha, a Sarah, sofre de miastenia (doença que afeta os músculos e provoca fadiga) e esse brinquedo possibilitada de ambas brincarem.

O spinner se tornou febre pois estava recomendado para quem tem TDA, o famoso transtornos de déficit de atenção. Ou seja, a pessoa que sofre de TDA usava o spinner para que conseguisse ficar focado. A imagem do spinner então se tornou algo terapêutico.

Mas realmente será que ele é tudo isso? Será que ele ajuda ou atrapalha. O El País fez um post onde educadores e psicólogos esclarecem o que é mentira e verdade sobre o spinner.

Spinner é terapêutico?

Para o Álvaro Bilbao, neuropsicólogo e autor do livro El Cérebro del Niño Explicado a los Padres (O Cérebro da Criança Explicado aos Pais), não. O spinner não é terapêutico:

“Conseguir fazer com que uma criança com déficit de atenção se concentre em algo que se move é simples, mas não produtivo porque não tem repercussão no longo prazo. O spinner não regula o sistema atencional, que é o que realmente se precisa trabalhar nesses casos”

Junto com ele está a psiquiatra infantil Beatriz Martinez:

“No momento, vender um spinner como um remédio para transtornos de déficit de atenção é uma fraude. É preciso pesquisar muito mais. É muito preocupante a tendência da sociedade de vender qualquer coisa como terapêutica sem evidências científicas”

Ou seja, se seu Padawan tem  transtornos de déficit de atenção, o spinner não será o remédio. Você precisa consultar médicos para que eles possam receitar o tratamento. Até porque não foi realizado nenhum estudo que endossa a eficácia do spinner.

Spinner desconcentra as crianças na classe?

Na minha época os professores proibiram de levarmos ioiôs para a sala de aula. Podíamos brincar, claro, mas somente no intervalo ou na saída. A razão é óbvia e nem carece de explicação.

Várias escolas já estão proibindo o uso do spinner pelos alunos. A regra é a mesma do ioiô. Em uma escola de Madri, a professora Marta Lozano teve de tomar uma medida mais drástica:

“Tive que confiscar vários na sala de aula. As crianças os usam enquanto você está explicando a lição e estão mais preocupadas em ver quanto tempo o spinner aguenta em movimento do que o que você está lhes dizendo”.

Nos EUA está ocorrendo a mesma coisa, conforme relatado pela Meredith Daly, professora de uma escola pública do Arizona:

“As crianças na sala de aula não tiravam os olhos de seu spinner ou do spinner do colega, por isso decidimos que o melhor era proibi-los”

Bom senso pais e mães. O spinner VAI sim tirar a concentração do seu Padawan e não queremos isso, certo? CERTO?

E para que serve afinal o spinner?

Diversão. É um brinquedo. Quem já pegou na mão sabe que é divertido e hipnotizante ficar vendo aquele negócio rodando. Então o spinner nada mais é que um brinquedo e deve ser tratado assim.

Se o seu Padawan quer um, ok, pode dar para ele. Mas tenha em mente que como qualquer brinquedo, ele pode atrapalhar na sala de aula, ok?

Você pode conferir a reportagem completa no El País // Imagens via https://www.shutterstock.com

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