A 1ª Guerra Mundial foi uma guerra onde os exércitos batalhavam usando buracos feitos no chão. A trincheira é um conceito que deriva de trincera, um termo italiano. O conceito permite mencionar o buraco que os soldados escavam na terra com vista a protegerem-se dos ataques inimigos (via).

Imagine a cena: uma trincheira de um lado, outra do outro e o pau comendo entre elas. Muitas dessas batalhas demoravam meses, anos! O espaço criado entre as trincheiras era um vazio cruel, sanguinolento e fétido que se chamava No Man’s Land (Terra de Ninguém).

Quem morria lá, ficava por lá.

Em uma das cenas mais belas de Mulher-Maravilha é passada na Terra de Ninguém. Por ter spoilers, continuo depois da imagem.

Diana Prince está em uma trincheira e fica horrorizada com mulheres e crianças feridas e o risco de uma vila próxima ser dizimada pela guerra. Então ela decidi que vai enfrentar a Terra de Ninguém e acabar com aquela palhaçada toda lá.

Ali nasce a Mulher-Maravilha. Diana Prince tira 0 manto e todo seu imponente uniforme surge. Mas o significado de toda a cena é maior que o nascimento de uma heroína: A Mulher-Maravilha vai conquistar o No Man’s Land. Ou seja, a Terra de Nenhum Homem.

Infelizmente ao traduzirmos para o português, o trocadilho com No Man’s Land se perde. A ideia aqui é que uma mulher conseguiu conquistar a terra que não era de nenhum outro homem.

Ou seja, só uma mulher poderia conquistar.

A mensagem final que toda a cena é que a Mulher-Maravilha mostra o poder da mulher na terra dos homens. Um poder que consegue conquistar algo que nenhum outro homem conseguiu. E essa é a essência da personagem.

Já assisti quatro vezes o filme. Fui com o Padawan, com a minha esposa e duas vezes sozinho. Todas as vezes essa cena me arrepia e chega a dor vontade de chorar em pensar que minha filha pode ter a imagem dessa heroína para se espelhar.

Em um mundo repleto de filmes de heróis masculinos, Mulher-Maravilha certamente é um conforto para os pais de meninas.