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O dia que meu filho viu um documentário pela primeira vez na vida | Malala Yousafzai

Cheguei em casa com a cabeça pegando fogo depois de assistir o bate papo com a Malala Yousafzai, 20 anos, no Auditório do Ibirapuera – São Paulo. Cada palavra da Malala me inspirava em tantas maneiras que eu cheguei a pensar algumas vezes que queria ser ela quando crescer!

Que mulher!

Foto: Jorge Freire Jr

Já tinha visto a entrevista dela com o David Letterman e resolvi assistir o documentário Malala. Ambos estão na Netflix. Logo no começo, uma animação sobre a origem do nome Malala, que já me fez querer chorar. Quando a Malala Yousafzai apareceu, falamos para o Padawan que tínhamos ido assistir uma bate papo com ela. Ele arregalou os olhos e na mesma hora largou o que estava fazendo e veio assistir conosco.

Durante 1h28 ele ficou grudado assistido a história da Malala, a pessoa mais jovem em ganhar o Prêmio Nobel da Paz, e isso confirmou a força que essa mulher tem! Ela fez um moleque de 8 anos assistir um documentário! O mais mágico, é que ele não apenas assistiu. Em um certo momento, o Padawan soltou:

Mas em minha escola tem meninas na classe. Não é assim em todos os lugares?

Nessa hora pausamos o documentário e explicamos que infelizmente as coisas não são assim. Existem várias meninas que não estudam e nem tem as mesmas chances dos homens. Elas são “colocadas de lado” apenas pelo fato de serem mulheres.

Padawan não falou nada e pediu para continuar a ver o documentário.

Esquerda para a Direita: Ana Lucia Villela, Conceição Evaristo, Tia Dag, Tábata Amaral, Malala Yousafzai e Adriana Carranca. Foto: Jorge Freire Jr

No bate papo em São Paulo, promovido pelo Itau Unibanco, Malala disse, logo no começo, que a “educação é o maior e mais sustentável investimento de longo prazo”. E completou:

Educação é mais do que ler e escrever. O empoderamento vem da educação, a emancipação, a independência

Ensinar nosso filhos a entenderem que existem vários mundos e a única maneira que temos para que esses mundos se tornem únicos. É com a leitura, documentários, filmes, músicas, peças de teatros, exposições, visitas à museus e a centros comunitários que tiraremos nossos Jovens Padawans das bolhas e, assim, não teremos uma sociedade injusta que tem, só no Brasil, mais de 1,5 milhão de meninas que não tem acesso à Educação*

Malala Yousafzai foi uma inspiração para o meu filho e, certamente, será para minha filha. É impossível não ficarmos irrequietos com sua história e, principalmente, com seus pensamentos e ações. Recomendo demais vocês contarem a história dessa mulher que, aos 15 anos, foi baleada pelos Talibãs por apenas defender um direito básico: a educação feminina.

Nessa semana ainda, Malala Yousafzai irá anunciar projetos no Brasil financiados pelo Malala Fund. Certamente será inspirador e mais que necessário em nosso país.

E deixo aqui meus agradecimentos ao Itaú e Itaú Cultural pelo convite. E seguem fotos do bate papo:

Crédito: SM2 Fotografia/Itaú
Crédito: SM2 Fotografia/Itaú
Crédito: SM2 Fotografia/Itaú
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