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Por que a classificação indicativa de filmes importa para os pais

Antes de decidir se um filme é adequado para os meus Padawans, sempre faço duas coisas simples: vejo o trailer e confirmo a classificação indicativa de filmes. Isso já evita muitos problemas. Afinal, não faz sentido colocar uma criança em contato com cenas ou temáticas que não estão de acordo com a idade dela.

E parece óbvio, mas muitos pais ainda ignoram esse detalhe. Resultado: acabam levando os filhos para assistir produções que não são apropriadas, gerando frustração, susto ou até a necessidade de explicar assuntos que poderiam esperar alguns anos.

O caso clássico do filme Ted

Em 2012, um episódio curioso chamou atenção. O deputado e ex-delegado Protógenes Queiroz levou o filho pequeno para assistir Ted, aquele filme em que o ursinho de pelúcia ganha vida. Do lado de fora, o cartaz parecia inofensivo. Do lado de dentro, a história incluía drogas, palavrões e situações claramente destinadas a um público adulto.

Indignado, ele fez um desabafo no Twitter culpando o Ministério da Justiça pela classificação indicativa. Mas bastava olhar o cartaz com o personagem segurando uma long neck para perceber que não era um filme infantil. E a classificação oficial já estava lá: 16 anos.

A lição é simples: a responsabilidade de verificar sempre é dos pais.

O que é a classificação indicativa de filmes

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a classificação indicativa é uma forma de informar se conteúdos audiovisuais — cinema, TV aberta, streaming, games — são adequados para determinadas faixas etárias.

Ela não proíbe ninguém de assistir. Apenas orienta pais e responsáveis. Os níveis são:

Essa classificação não surge do nada. Equipes analisam o conteúdo, a linguagem e o contexto antes de determinar a idade recomendada.

Quando os pais podem autorizar e quando não

Vale lembrar que a classificação indicativa não é uma proibição absoluta, e sim uma recomendação. Na prática, os pais ou responsáveis podem autorizar que seus filhos assistam filmes com classificação 10, 12, 14 e 16 anos, mesmo que a criança ainda não tenha atingido essa idade. No entanto, quando a obra é classificada como 18 anos, não existe essa possibilidade: menores de idade não podem assistir, mesmo acompanhados dos pais. Essa regra reforça a ideia de que a classificação serve como orientação, mas também como proteção em conteúdos mais extremos.

Por que os pais devem se importar

Levar crianças ao cinema sem checar a classificação indicativa pode trazer alguns riscos:

  1. Exposição precoce a temas complexos: drogas, violência e sexo podem ser mal interpretados.
  2. Ansiedade e medo: cenas fortes podem gerar pesadelos ou ansiedade.
  3. Conversas inesperadas: você pode acabar tendo que explicar algo para o qual a criança ainda não está preparada.

Além disso, respeitar essas indicações também ajuda a criar uma relação saudável com o cinema. A criança aprende que há momentos certos para cada tipo de conteúdo.

O papel dos trailers e cartazes

Mesmo antes de ver a classificação indicativa, os trailers e cartazes já dão boas pistas. No caso de Ted, bastava reparar no ursinho segurando cerveja. Em filmes de super-heróis, às vezes o cartaz traz sangue, expressões sérias ou explosões que indicam que não será algo leve.

Um bom hábito é assistir ao trailer sozinho antes. Dessa forma, você consegue sentir o tom geral do filme e decidir se vale ou não levar a criança.

O dilema das crianças no cinema

Muitos pais argumentam que é só “um filme”. Mas a verdade é que cada obra audiovisual carrega valores, mensagens e estímulos que moldam a percepção da criança. Não se trata de superproteger, mas de respeitar a fase de desenvolvimento em que ela está.

Crianças no cinema podem viver experiências incríveis quando o conteúdo é adequado. Pense no impacto positivo de filmes como Viva – A Vida é uma Festa ou Toy Story. Essas histórias emocionam, ensinam e ainda geram boas conversas depois da sessão.

Por outro lado, um conteúdo inadequado pode causar o efeito contrário: estragar a experiência e gerar traumas desnecessários.

Como consultar a classificação indicativa

Hoje em dia é ainda mais simples do que em 2012. O Ministério da Justiça mantém um site oficial chamado Classificação Indicativa, onde você pode pesquisar filmes, séries e programas. Além disso, os serviços de streaming também exibem essa informação logo no início de cada produção.

O ideal é fazer dessa consulta um hábito. Antes de comprar ingressos ou dar play em casa, verifique se o conteúdo é compatível com a idade do seu filho.

Conclusão: informação é poder

A classificação indicativa de filmes existe para ajudar pais e responsáveis a tomar decisões mais conscientes. Ignorá-la é correr o risco de expor as crianças a conteúdos que não estão prontos para absorver.

Então, da próxima vez que for ao cinema ou escolher algo no streaming, gaste 30 segundos conferindo essa informação. É simples, gratuito e pode evitar muitos problemas.

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