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Ser Pai

O leitor Rodrigo Melocchi Teixeira fez um texto sobre o que é ser um pai. Achei bem fofo e resolvi compartilhar com vocês.

Ser Pai

É não esperar recompensas, mas ficar feliz caso cheguem.

É aprender errando, saber a hora de falar e se calar.

É contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois.

É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho, fazendo-se forte em nome dele.

É aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez.

É saber que experiência só adianta para quem as tem, e só se tem vivendo.

É agüentar a dor de ver os filhos passarem pelos sofrimentos necessários, buscando protegê-los sem que percebam, para que consigam descobrir os próprios caminhos.

É nunca transferir aos filhos a própria dor, sofrimento, vício ou queda.

É ser bom sem ser fraco, jamais transferindo sua própria imperfeição.

É aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se renovar.

É aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão, mas ir às lágrimas quando chegam.

É saber se apagar à medida em que mais nítido se faz na personalidade do filho; sempre como influência, jamais como imposição.

É saber ser herói na infância, exemplo na juventude e amizade na idade adulta do filho.

É formar sem modelar, ajudar sem cobrar, ensinar sem demonstrar, sofrer sem contagiar, amar sem receber.

É saber receber raiva, incompreensão, ódios passageiros, revolta; e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem ofender.

É atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio, o máximo de convivência no máximo de solidão.

É quem se anula na obra que realizou e sorri, sereno, por tudo haver feito para deixar de ser importante.

É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho a quem ajudou a crescer já, dele, não necessita para viver.

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