Ícone do site Nerd Pai

Superman: O Herói Que Precisávamos Volta com Tudo

Superman: James Gunn entrega o herói mais humano e divertido do cinema moderno

Jovem Padawan, se você esperava que o novo filme do Superman viesse para salvar o universo DC nos cinemas, pode respirar aliviado. Superman (2025) não só cumpre a promessa, como redefine o que significa ser um super-herói nos dias de hoje. O diretor James Gunn acerta em cheio ao equilibrar ação, emoção e um humor que, pasme, funciona. Tudo isso sem descaracterizar o símbolo maior da esperança nos quadrinhos.

É um dos filmes de super-herói mais leves e equilibrados dos últimos tempos. O humor está presente, mas nunca rouba a cena. Nada de piadas fora de hora ou vilões virando alívio cômico. James Gunn encontra um tom que respeita o personagem e a história, entregando uma experiência vibrante, envolvente e com o peso emocional certo. E sem precisar recorrer ao cinismo ou à escuridão gratuita.


Um novo Clark Kent, um novo começo

Vamos falar logo do que mais preocupa os fãs: David Corenswet funciona? Sim, e muito. O ator conhecido por papéis mais discretos na TV assume a capa com carisma de sobra e uma presença que lembra o Superman da Era de Prata dos Quadrinhos — aquele que sorria, que inspirava, que era mais coração do que brutalidade.

Era de Prata dos Quadrinhos, entre os anos 1956 e 1970, marcou o auge das histórias leves, otimistas e fantasiosas. Era o tempo dos poderes exagerados, das batalhas contra gorilas superinteligentes, das identidades trocadas e das capas ao vento salvando mundos inteiros. E Gunn, claramente fã dessa fase, resgata esse espírito com respeito e sofisticação.

Clark aqui não é um messias torturado nem um alienígena desconectado da humanidade. Ele é o repórter gente como a gente que salva o mundo porque acredita que vale a pena. E isso, em tempos tão cínicos, é quase revolucionário.


Uma Lois Lane forte, irônica e cheia de química

Rachel Brosnahan entrega uma Lois Lane afiada, curiosa e com aquela determinação irrefreável que faz a personagem ser quem ela é há décadas. Ela tem presença em cena, domina os diálogos e ainda encontra espaço para um comentário sarcástico sobre o corte de cabelo de um dos personagens, que arranca risos sem forçar nada. A química com David Corenswet é imediata, construída no olhar, nos silêncios e nas provocações sutis. É uma Lois que entende o peso do momento, mas não perde a leveza nem a coragem.

Lex Luthor e o conflito ideológico

Lex, interpretado com intensidade por Nicholas Hoult, não é apenas o gênio megalomaníaco de sempre. Ele é frio, manipulador e perfeitamente adaptado ao nosso tempo. Suas falas expõem um cinismo calculado, que contrasta com o idealismo do Superman. E é aí que o filme brilha: coloca no centro o dilema do mundo moderno sobre a existência do bem verdadeiro.

Como aceitar um ser puro num mundo corrompido? A trama gira em torno dessa pergunta, com cenas que alternam política global, crises sociais e dilemas éticos — tudo isso entre socos, lasers e explosões no espaço, claro. A crítica social está lá, mas nunca rouba o protagonismo da diversão.


Humor na medida certa

Quem conhece o trabalho de James Gunn em Guardiões da Galáxia e Peacemaker sabe que o cara ama uma piada. Mas aqui ele mostra maturidade. Os momentos cômicos surgem naturalmente, sem quebrar a tensão dramática. O humor serve aos personagens e à trama, e não o contrário.


Um universo promissor (e colorido)

Ao contrário de outros filmes da DC que pareciam pedir desculpa por existirem, Superman é seguro de si. É colorido, fiel ao material de origem e não tem vergonha de ser “quadrinho demais”. O design de produção bebe diretamente da fonte da Era de Prata, da animated series dos anos 90 e até dos traços clássicos de Curt Swan e Carmine Infantino. Cada cena parece pintada com amor por quem cresceu lendo essas histórias.

E mais: o filme planta sementes para um universo compartilhado mais coeso. Participações rápidas de outros heróis, menções sutis ao espaço, tudo isso sem parecer checklist de fan service. É o início de algo maior, mas que se sustenta sozinho.


Um blockbuster com alma

No fim das contas, Superman não é só um reboot, mas uma declaração de princípios. Ao contrário da visão sombria e cínica de O Homem de Aço, aqui temos um Superman que acredita nas pessoas. Ele não apenas luta contra vilões, mas tenta fazer o mundo acreditar novamente na bondade.

É um filme sobre esperança, mesmo diante do caos. E isso, convenhamos, é uma mensagem que muita gente precisava ouvir agora.


O que pode não agradar a todos

Claro, nem tudo é perfeito. O roteiro, em alguns momentos, se perde na tentativa de abordar política internacional e dilemas morais. Há subtramas que poderiam ser mais bem desenvolvidas, e alguns personagens coadjuvantes não recebem o destaque que mereciam.

Mas esses deslizes não comprometem a experiência geral. Se você for esperando um filme com coração, carisma e cenas de ação dignas do Superman voando e resgatando pessoas, vai sair satisfeito.


Conclusão

James Gunn conseguiu fazer o impossível: reinventar o Superman para uma nova geração sem trair a essência do personagem. Superman é engraçado, emocionante e relevante. Um verdadeiro blockbuster com alma e substância.

Ele atualiza o herói, mas honra seu passado. Principalmente o legado da Era de Prata, que nos ensinou que não há nada de errado em acreditar em bondade, em sonhar alto ou em voar com a capa vermelha.

Se você andava cansado de super-heróis sombrios e deprimidos, esse filme é o antídoto perfeito. Vale cada minuto, cada pipoca, e cada suspiro nostálgico. E, sim, já estou contando os dias para a continuação.

Sair da versão mobile