Ronaldo Gogoni - Author at Nerd Pai

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17/09/12

Luva eletrônica ensina a tocar piano e ajuda pacientes a recuperar movimentos perdidos

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Tecnologia

Eu adoro quando a ciência é usada para o bem. Mês passado pesquisadores do Georgia Tech apresentaram uma luva eletrônica que ensina as pessoas exatamente como tocar piano. Segundo seus criadores, ela pode ajudar pessoas com problemas motores a recuperar os movimentos perdidos.

Luva eletrônica ensina a tocar piano e ajuda pacientes a recuperar movimentos perdidos

Na matéria do Engadget, vimos que a Mobile Music Touch funciona em conjunto com um teclado, mandando vibrações para os dedos que devem ser acionados no momento certo. De acordo com a líder do projeto, Dra. Tanya Markow, a luva pode ajudar no tratamento de pessoas que sofreram danos na medula espinhal, estimulando ligações nervosas que ficaram dormentes. É como “reensinar” o cérebro a percorrer o caminho até os membros que foi perdido.

Alguns pacientes submetidos ao tratamento já apresentaram melhoras significativas, como pegar objetos e sentir texturas que antes não conseguiam. Por outro lado, pessoas que testaram a luva para realmente aprender piano apresentaram melhores resultados que alunos que não a usaram. O melhor de dois mundos. 🙂

A doutora Markow não espera realmente que alguém se torne um novo Mozart usando a luvinha vibratória (isso ficou estranho…), mas ela mostra resultados na reabilitação de pacientes paralisados muito bons, bem a frente de alguns métodos tradicionais. Ficarei de olho e espero que venham mais notícias boas desse projeto. 😀

Fonte: Engadget

13/09/12

Aberta nova vaga para arquiteto da Matrix. Interessou? Espere para ver o salário

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Humor

Há cerca de um mês atrás, circulou nas internets uma prova cabal de que assim como a maioria das pessoas de fora, o RH das empresas não têm a menor ideia do que nós, profissionais de TI, fazemos. Uma empresa abriu uma vaga para “auxiliar de informática” com tantas, mas TANTAS exigências que só faltou pedirem para que o candidato soubesse fazer chover, mas como não era vaga para médium da Fundação Cacique Cobra Coral, deixaram passar.

matrix-arquiteto

Pois bem: na época argumentei que a vaga seria para ganhar menos de mil reais, pois já tinha visto diversas ofertas no mural da minha faculdade com propostas similares. Teve uma em particular com pouco menos das exigências dessa aí acima e o salário (hehe) era de R$ 450.

Detalhe: isso foi em 2010. Na época o mínimo já valia R$ 510.

Fizeram de novo. Neste anúncio de vaga para “Supervisor Técnico de Informática” pediram tantas, se não mais exigências da vaga do mês passado. A diferença é que especificaram o salário:

Aberta nova vaga para arquiteto da Matrix Interessou Espere para ver o salário

R$ 622,00. Isso mesmo, um mísero salário mínimo por ser quase uma divindade da TI!

Autocad, CRM, Selenium, ERP, SAP, Java, Python, Erlang… pediram Erlang de novo, cáspita! Linux, Mac OS, Unix, BSD, Solaris… quem usaria Solaris numa loja de equipamentos de informática?!?

Como se não bastasse o anúncio ressalta Vale-Transporte como “benefício”, sendo que a empresa é obrigada por lei a fornecê-lo.

Das duas uma: ou o site de vagas tem opção para marcar todas as qualificações ou o empregador realmente acredita que alguém que atenda a no máximo 25% das exigências (100%? HAHAHAHAHAHA!!!) vá se sujeitar a um salário de fome ou por estar desempregado ou por ser um estudante que nunca trabalhou.

Dica do @Andre_Suporte via uma tuitada do @diegodrafter

12/09/12

Caro Japão: brincar de nazista é feio, e as bombas não servem como desculpa

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Opinião

Eu gosto muito da cultura japonesa. Ela tem um misto de “do futuro”, tradição e bizarrice que muito me atrai. Porém tem vezes que os japoneses passam do limite do bom senso, apesar de nesse caso o motivo ser cultural (mas não é atenuante).

Caro Japão brincar de nazista é feio, e as bombas não servem como desculpa 01

A pisada na bola em questão veio desse vídeo do integrante da boy band Kat-Tun Koki Tanaka, em que aparece vestido com um uniforme da Schutzstaffel, a organização paramilitar do Partido Nazista. Tanto a águia-símbolo do Terceiro Reich quanto a Totemkopf são facilmente identificáveis.

O Japão lutou ao lado da Alemanha na 2ª Guerra, e as gerações mais novas aparentemente não foram ensinadas sobre o que o nazismo realmente representa para o mundo. Claro que isso é objeto de estudo, mas obviamente é dado muito mais ênfase aos ataques nucleares e aos hibakusha (os sobreviventes da bomba), pois foram as consequências diretas que o Japão sofreu. Aliado ao fato que a comunidade judaica por lá é minúscula, o uso da iconografia nazi é bem comum, e é conferido até um certo ar de “romantismo”.

Não é um caso isolado. Anteriormente, um grupo musical chamado Kishidan havia aparecido na TV com trajes similares ao da SS. Noutro caso, uma marca de cosméticos fez uma campanha em que ilustrava as atrizes do Takarazuka (um dos maiores grupos de teatro do Japão onde só contracenam mulheres, inclusive nos papéis masculinos) com e sem maquiagem. O erro foi da empresa ao estampar uma das atrizes com o mesmo uniforme em outdoors expostos em estações de metrô e outros lugares. A atriz em questão interpretava um coronel da Gestapo na peça “The Prisioners of Lilac Walls” e novamente, não é culpa do grupo.

Mas teve uma pessoa que estourou todas as escalas: o cantor / ator / compositor /multinstrumentista/produtor/faz-tudo GACKT (o nome artístico dele é assim mesmo, com todas as letras em maiúsculo. Egocêntrico? Imagina…). Eu até gosto da música dele, apesar de ser um metido de marca maior. Mas isso aqui não tem desculpa:

Uma tropa da SS inteira no palco. Não que hyde, vocalista da banda L’Arc~en~Cieltenha feito muito diferente (e olha que sou fã do grupo).

Caro Japão brincar de nazista é feio, e as bombas não servem como desculpa 01

Eu amo o Japão por ter me dado boas animações, boa música, videogames legais e o AKB48. Mas ter sido derrotado na guerra, sofrer com duas bombas atômicas e ser humilhado com uma rendição incondicional não dá permissão para se vestir de nazi fora de contexto (com num filme ou na peça do Takarazuka) e achar que está tudo bem, porque não está. Deste lado do mundo esse uniforme representa a morte de milhões de seres humanos e passa longe de ser algo bonitinho, além de pegar mal pra caramba.

Príncipe Harry que o diga.

10/09/12

Game Review: Papo & Yo vai te fazer chorar ou, no mínimo, te incomodar

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Video Game

O que pode um trauma de infância fazer com uma pessoa quando esta chega na idade adulta? Alguns se tornam pessoas frustradas, outros tentam recuperar o que perderam inutilmente. Outros ainda, expressam seus sentimentos de formas variadas, pela música, artes e etc.

Game Review Papo & Yo
RUN, RUN, RUN

Vander Caballero fez um jogo de videogame. Vítima de violência doméstica quando criança, o colombiano responsável por Army of Two externou seus demônios em Papo & Yo, primeiro game do estúdio canadense Minority, disponível exclusivamente na PSN.

Game Review Papo & Yo

A história começa com um garoto chamado Quico escondido dentro de um closet, enquanto vemos um vulto de passos pesados e voz ameaçadora. Surge uma porta mágica e ele foge para um mundo onde ele pode exercer certo controle: sua imaginação. Nesse mundo, uma imensa favela, ele irá interagir com o monstro, uma criatura que em certos pontos vai te ajudar e em outros, quando estiver sob o efeito de um sapo que ele comer, vai te atacar incansavelmente. Além disso ele terá também a companhia do robozinho Lula, que não gosta do comportamento violento do monstro, por ele próprio ser super protetor com o garoto. Quico busca ajuda para curar o ímpeto violento do monstro, mas como tudo se passa na mente do garoto, esteja ciente de que nem tudo é o que parece.

O game designer Vander Caballero
O game designer Vander Caballero

O jogo é uma metáfora do que Caballero passou na infância. O monstro é o pai de Quico e, por tabela, do designer: um alcoólatra que, segundo ele, possuía momentos em que ele era uma pessoa amável e em outros, explodia em ira sob efeito da bebida. Lula é inspirado na mãe dele, e se chama assim porque ela era fã do nosso ex-presidente.

Aliás Lula não é a única referência ao Brasil: o ambiente do jogo, a favela, é tipicamente carioca. O morro, a forma das casas, o campinho de terra batida, é tudo facilmente identificável. Além disso ela é mágica: aqui Quico exerce controle sobre a situação, interagindo com desenhos feitos de giz e mudando a forma e a disposição das casas. A música também é inspirada no nosso ritmo, indo do MPB ao samba. O próprio nome do criador do game é uma referência: segundo Caballero, seu pai lhe deu o nome de Vanderei em homenagem ao ex-técnico da seleção brasileira Vanderlei Luxemburgo (!).

Caballero não viveu numa favela, mas por crescido em Bogotá, pode ver o contraste entre a cidade e as invaciones (como são chamadas as comunidades lá) e como elas cresciam engolindo os morros.

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Atente também para os vários grafites espalhados pelos cenários. Os artistas CharquipunkLa Robot de Madera e INTI emprestam suas obras ao game, que foram devidamente portadas para a favela virtual.

Game Review Papo & Yo

O game aborda até mesmo uma questão não muito comum nessa mídia, a multietnia: Quico é um garoto mulato, e o pai é branco. Essa escolha veio direto de Caballero, ele próprio filho de pai considerado branco e mãe descendente indígena. Segundo ele, “temos sido tão condicionados em dividir as pessoas por suas etnias que não conseguimos imaginar uma criança mulata como personagem principal”.

Há um outro ponto meio obscuro: a menina que acompanha Quico durante a aventura, Alejandra. Foi dito que ela foi inspirada no primeiro amor da vida de Caballero, mas há duas cenas perto do fim que realmente me deixaram encucado e até agora me fazem pensar sobre o que realmente aconteceu. Questionada por um usuário do Twitter, a produtora se limitou a responder “não há resposta para isso”.

Mesmo num game que trata de assuntos tão pesados quanto alcoolismo e violência doméstica, alguns assuntos não devem ser mencionados.

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Enfim, Papo & Yo passa longe de um game AAA, sequer é um game desafiador e tem pouco replay, mas é uma experiência única, e um dos poucos que me fez ficar incomodado no final, enquanto pensava sobre o alcoolismo ser um problema sério na nossa sociedade. É sobre em assunto triste, mas também sobre o crescimento do personagem e do autor. Vander Caballero teve coragem ao falar de seu passado de forma aberta, e sobre isso ele diz:

“O que elas (as pessoas) não percebem é que ser aberto e sincero é a única maneira de enfrentar um problema como o alcoolismo. Uma criança não vai à escola e fala sobre como seu pai chegou bêbado em casa às 3 da madrugada e quão terrível ele estava. A única maneira de se libertar de um passado horrível é falando abertamente sobre ele, com um amigo, através da arte, através de videogames.”

Game: Papo & Yo
Plataforma: exclusivo PSN, US$ 14,99
06/09/12

Seja como a água – Bruce Lee

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Cinema, Cultura Pop

Lembro-me que na adolescência eu devorei os filmes do Bruce Lee como um aficcionado. Sua técnica e velocidade dos golpes eram algo absurdo, inatingível para a maioria dos mortais. Por um bom tempo alimentei o desejo de praticar Kung-fu, sem nem ter conhecimento do estilo de luta que Bruce criou, o Jeet Kune Do.

Seja com a água - Bruce Lee

Os golpes deles eram tão, mas TÃO rápidos que ele era obrigado a desacelerar, senão a câmera não conseguia capturar os movimentos. A luta que todos costumam citar é a que ele varreu o chão com “o mito, a lenda” Chuck Norris, no filme O Voo do Dragão:

Mas ele também era um sábio. Numa entrevista concedida em 1971 no programa The Pierre Berton Show (e que se julgava perdida, até ser recuperada e devidamente postada no YouTube), Bruce nos deixa um valioso ensinamento:

“Esvazie sua mente, não tenha forma, seja maleável, como a água. Se você coloca água numa xícara ela se torna a xícara. Se a coloca numa garrafa, ela se torna a garrafa. Se a coloca num bule, ela se torna o bule. A água pode fluir, ou pode esmagar… seja como a água, meu amigo.”

Nós temos que nos moldar às adversidades que enfrentamos, e não o contrário. Sejamos fluídos e maleáveis em qualquer coisa que façamos na vida, e não haverá problema intransponível. Sejamos tal qual Bruce era, com golpes tão suaves e poderosos. Como água.

E fiquem com esse remix sensacional, cortesia de melodysheep. Não deixem de acessar o canal e conferir “A Glorious Dawn”, também conhecida como A canção de Carl Sagan. 🙂

03/09/12

Square-Enix anuncia box comemorativo dos 25 anos de Final Fantasy

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Video Game

Meu primeiro contato com a série Final Fantasy foi com o terrível spin-off Mystic Quest, ou seja, comecei muito errado! Apesar de algumas pataquadas que a Square-Enix insiste em cometer, eu sempre fui fã da série. E fã mesmo, não um baba-ovo do Final Fantasy VII, que nem é tão bom assim (polemizei :)). Meus favoritos são o quarto e sexto capítulos da série.

Por isso fiquei muito feliz (e triste) ao saber que a Square-Enix anunciou no último 31 de agosto Final Fantasy 25th Anniversary Ultimate Box, uma luxuosa caixa em comemoração aos 25 anos da franquia!

Square-Enix anuncia box comemorativo dos 25 anos de Final Fantasy

Segundo o Andriasang, o box será vendido única e exclusivamente no território japonês (pra variar…) através da e-store da Square-Enix, custando a bagatela de 35 mil ienes (mais de 900 reais fora impostos). E sim, é preciso um endereço japonês para comprar e não fazem entregas no exterior. 🙁

O Box contém os jogos (todos com artes exclusivas nos discos):

Final Fantasy (PSOne, 1 disco);

Final Fantasy II (PSOne, 1 disco);

Final Fantasy III (PSP, 1 UMD);

Final Fantasy IV (PSOne, 1 disco);

Final Fantasy V (PSOne, 1 disco);

Final Fantasy VI (PSOne, 1 disco);

Final Fantasy VII International (PSOne, 4 discos);

Final Fantasy VIII (PSOne, 4 discos);

Final Fantasy IX (PSOne, 4 discos);

Final Fantasy X (PS2, 1 disco);

Final Fantasy XI: The Vana’Diel Collection (PS2, 1 disco);

Final Fantasy XII (PS2, 1 disco);

Final Fantasy XIII (PS3, 1 disco).

Square-Enix anuncia box comemorativo dos 25 anos de Final Fantasy 02

Fora isso, o box ainda contém os seguintes mimos:

DVD especial com vídeos de bastidores;

Crystal ArtWorks: um artbook com artes concentuais da série;

dois CDs com músicas selecionadas da franquia;

– voucher para adquirir o item Mogu-Mogu Earring no game Final Fantasy XIV;

– stand de acrílico com uma arte do ilustrador Yoshitaka Amano (que além de ser o homem por trás de todos os logos dos games da franquia e por muito tempo ter sido o character designer, é o responsável pela arte dos livros Sandman: Caçadores de Sonhos e Elektra e Wolverine: O Redentor).

Square-Enix anuncia box comemorativo dos 25 anos de Final Fantasy 03

Minha opinião: quem é fã da série não pode perder! O box começará a ser vendido dia 18 de dezembro (data em que o primeiro Final Fantasy foi lançado, em 1987) e as reservas poderão ser feitas a partir do dia 30 de setembro, neste link.

Hora de acionar o amiguinho que mora no Japão… 😀

Fontes: Famitsu e Andriasang

31/08/12

O que aprendi jogando Street Fighter

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Video Game

Lembro como se fosse hoje: eu entrei num bar que existia perto de casa, onde haviam alguns arcades (por favor relevem o fato de um garoto de 11 anos entrar num bar, ok? Eram os anos 90, ninguém ligava muito pra essas coisas). Costumava ir de vez em quando para jogar Galaga, RaidenCabal e os meus preferidos, os beat ‘em ups. Dentre esses, Double Dragon e Final Fight eram os mais procurados entre a molecada que transitava por ali.

Nesse dia porém, o movimento estava muito maior que o normal. Uma “multidão” de umas 7 pessoas estavam amontoadas em cima de uma única máquina. Chego perto e vejo que se trata de um jogo de luta, de um contra um. A novidade era que o controle consistia de, além da alavanca, seis botões de ação; era a primeira vez que via tantos botões disponíveis para controlar um personagem. Na tela os lutadores se engalfinhavam entre socos, chutes e golpes especiais, que os jogadores faziam girando a alavanca e apertando os botões freneticamente.

Fiquei curioso. Comprei uma ficha e fui jogar. Surpresa: oito personagens para escolher. Dúvida. Pouco tempo. Peguei o karateka de branco (talvez num paralelo com o Daniel-san, de Karate Kid). Para meu azar o adversário era o filho do dono do bar, que já estava jogando há um bom tempo e, diferente de todos os outros, sabia o que estava fazendo. Tomei uma surra homérica e perdi a ficha. Ainda fiquei por ali vendo os outros jogarem, o cara que me derrotou finalizar o game e vi enfim o nome do jogo, que me fez obviamente pensar “peraí: se esse é o 2, cadê o 1?”

Foi assim, meio de surpresa, que fui apresentado a Street Fighter II.

O que aprendi jogando Street Fighter

Não vou me ater muito à qualidade e popularidade de Street Fighter, pois é chover no molhado. Estou escrevendo esse post comemorando os 25 anos da série mais para agradecer: foi Street Fighter que me ensinou a importância de se querer melhorar sempre, seja para superar o adversário que me fez perder uma ficha, seja para progredir na vida. Foi Street Fighter que me mostrou que uma mulher pode ser doce, sensual e forte ao mesmo tempo. Foi esse game que me mostrou que meninas também jogam videogame. E mais importante, Street Fighter me trouxe muitos amigos, alguns dos quais perdurarão até o fim dos meus dias, daqui a uns 30 mil anos. 😉

O que aprendi jogando Street Fighter

 Hoje Street Fighter não é uma série de jogos, é uma subcultura dentro da cultura pop. “Hadouken” e “Shoryuken” não fazem mais parte exclusivamente do vocabulário gamer. Não há um consumidor de coisas pop que não saiba quem é a Chun-li. O game virou filme (duas vezes, ambos péssimos), desenho animado, quadrinhos, bonecos, lancheiras e tudo mais que você imaginar. Street Fighter está enraizado no subconsciente pop.

Então parabéns Ryu, Ken, Chun-li, Cammy, Guile, Zangief, M. Bison, Yun e Yang, Elena, Sakura, Rose, Guy, Karin, Akuma, Gouken, Juri e cia. limitada. E que venham mais 25 anos de pancadaria!

E não deixem de comprar esse box lindão lançado para comemorar os 25 anos da franquia!

O que aprendi jogando Street Fighter 02

Fica, a Chun-li trouxe bolo! 🙂

27/08/12

Neil Armstrong: o homem que ousou

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Tecnologia

O piloto está calmo. Ele já passou por situações semelhantes antes, e aquela era apenas mais uma, apesar da dimensão do feito ser infinitamente maior. A 72 metros de distância, o satélite o seduzia. Nesse momento a telemetria retorna: só restam 60 segundos de combustível. O computador de bordo sobrecarregou e foi desligado. Todas as simulações abortavam os testes de pouso a 30 segundos, e ele precisava poupar combustível para o retorno. Só restava uma opção: efetuar o pouso manualmente. O mundo inteiro assistia ao vivo. Era tudo ou nada. Qualquer outro piloto abortaria a missão, mas não um verdadeiro Jedi que realizou 78 missões na Guerra da Coréia e tinha mais de 900 voos como piloto de testes. Ele assume os controles e inicia a descida. 30 segundos. 20. 15. E então sua mensagem irrompe nos falantes, com uma voz serena:

Houston, aqui é a Base da Tranquilidade. A Águia pousou“.

Dia 25 de agosto de 2012, perdemos esse Jedi. Perdemos um de nossos maiores heróis. Neil Armstrong partiu rumo às estrelas.

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Heróis não são aqueles modelos de peito estufado que lemos nos quadrinhos ou vemos na tv. Heróis não são homens que pegam em armas e matam outros homens em nome de uma nação, de uma ideologia ou de uma religião. Heróis para mim são pessoas como o cosmonauta Yuri Gagarin, o primeiro homem a ver a terra do espaço; John Glenn, Alan Shepard e todos os astronautas do Programa Mercury que, respondendo ao chamado do então presidente americano John F. Kennedy, no seu desejo de mandar um homem à lua em 10 anos, iniciaram a corrida espacial; Alexey Leonov, o primeiro a caminhar no vácuo; Valentina Tereshkova, a primeira mulher no espaço; e especialmente Vladimir Komarov, o primeiro a pagar o preço supremo em nome da conquista espacial (aguardem post sobre ele para breve). E claro, os dois cérebros por trás dos programas espaciais americano e soviético, Wernher von Braun e Sergei Korolev.

Muitos, muitos foram os homens e mulheres que venceram os limites da Terra, mas nenhum deles será tão reverenciado quanto Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins, pois o que eles fizeram em 20 de julho de 1969, quando o módulo pousou na superfície lunar, sob os olhos de bilhões de pessoas apreensivas, acompanhando pelas suas tvs a transmissão ao vivo (claro, considerando a distância de 384 mil quilômetros da Terra à Lua, o delay era de… 1,28 segundos :)), foi épico. TODO o conhecimento humano adquirido até então foi aplicado naquele momento, e no fim das contas Armstrong mostrou quem mandava e, fazendo jus a seu nome, desceu a Águia na munheca.

Lá da Lua Armstrong e Aldrin (o pobre Collins ficou chupando o dedo. Mas alguém tinha que pilotar a Columbia, o módulo de comando) eles viram o quão pequenos e insignificantes somos, lutando inutilmente por um quinhão de terra nesse pálido ponto perdido na imensidão do universo. Não somos especiais, somos comuns. Somos iguais. Somos efêmeros. Suas pegadas deixadas no satélite perdurarão por muito, muito tempo após termos desaparecido da face da Terra, sem deixar qualquer rastro. Talvez sobre um pouco de isopor. E plástico.

Neil Armstrong o homem que ousou

Tal qual Gagarin, Shepard, Komarov, Carl Sagan, Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, Robert A. Heinlein e Ray Bradbury, Armstrong tornou-se eterno. Obrigado por tudo, Neil. O senhor nos mostrou que é possível olhar para o infinito não com medo, mas com o brilho nos olhos de um desafio prestes a ser batido. Nós que aqui ficamos o saudamos. Espero que esteja contemplando a Terra tão bela quanto a viu da Lua.

23/08/12

Faça mais em menos tempo com a Técnica Pomodoro

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Dicas

Sabe aquela situação em que você fica martelando um problema na sua cabeça o dia inteiro durante o trabalho, sem encontrar uma solução, e de repente você tem o momento do “Eureka!” quando já está em casa, na mesa do jantar? Isso acontece por dois motivos: por não mantermos o foco e por não nos distanciarmos para dar uma trégua ao cérebro, que precisa de momentos de descanso.

Nós dependemos de um conceito primordial: o tempo. Trabalhar com um senso de urgência força-nos a nos concentrar no essencial e nos desligar das distrações. Definir um prazo para uma tarefa nos ajuda a manter o foco e a produzir com mais qualidade.

É aí que entra a Técnica Pomodoro.

Faça mais em menos tempo com a Técnica Pomodoro

No final dos anos 80, o italiano Francesco Cirillo propôs a si mesmo o seguinte desafio:

“‘Você consegue estudar – estudar mesmo – por 10 minutos?’ Eu precisava de uma validação objetiva, um tutor de tempo, e encontrei um no timer de cozinha com o formato de um tomate (em italiano, pomodoro).”

Francesco desenvolveu a técnica ao perceber que blocos de trabalho completamente focados seguidos de espaços curtos de descanso aumentavam significativamente a produtividade. Ele descreveu o método em seu livro The Pomodoro Technique (não há versão em português, mas você pode baixar o PDF gratuitamente).

O que você vai precisar:

– um timer sonoro de no mínimo 25 minutos (para facilitar o entendimento daqui pra frente, vamos definir 25 min = 1 pomodoro). Pode ser um cronômetro como o tomatinho ou o alarme do celular, mas desde que ele emita um som;

– papel e caneta para anotar as tarefas. Pode-se usar ferramentas como as planilhas do Office, iWork ou LibreOffice, mas quanto mais simples, melhor.

A princípio você vai criar duas tabelas:

– a primeira é o “Inventário”, onde você vai anotar tudo o que tem para fazer. Ela possui três colunas: Data Prevista (para início da tarefa), Descrição e Estimativa (em número de Pomodoros). Não se preocupe com a Estimativa a princípio, você vai definí-la melhor quando estiver craque na técnica;

– a segunda é a “Fazer Hoje”. Ao término de cada atividade do Inventário você irá riscá-la e anotá-la aqui. Ela também possui três colunas: Hora de Início, Descrição e Número de Pomodoros utilizados.

No link acima para o livro o autor também disponibiliza PDFs para ambas as listas, mas não há necessidade.

Antes de começar, anote as tarefas a serem realizadas na lista Inventário. Procure ser o mais objetivo possível. Tarefas que demandam o tempo menor que um pomodoro podem ser agrupadas numa tarefa maior.

Mãos a obra!

1. Escolha a tarefa a ser realizada.

2. Programe o cronômetro para um pomodoro e dispare. Durante esse tempo trabalhe na tarefa com foco total, sem se distrair. Ao término do pomodoro marque um “x” na tarefa.

3. Faça uma pausa curta, de 3 a 5 minutos. A cada 4 pomodoros faça uma maior, de 20 minutos.

Regrinhas básicas:

– o pomodoro é indivisível;

– ao lidar com interrupções externas, não pare o pomodoro. Anote na lista Fazer Hoje como urgente e resolva-a ao terminar o pomodoro atual, ou anote no Inventário para fazer depois. Mas é importante não parar o pomodoro;

– se o pomodoro foi interrompido definitivamente, não marque um “x”. Esse tempo da tarefa até então foi perdido e não pode ser contabilizado.

– é terminantemente proibido usar a técnica nos finais de semana. Faça um favor a si mesmo e vá pescar! 😉

Ao término das tarefas você vai precisar de uma terceira lista, o “Registro Permanente”. Para essa é aconselhável o uso do Excel, Numbers ou LibreOffice Calc. Nela todas as tarefas realizadas e anotadas na lista Fazer Hoje serão arquivadas, para um eventual controle. As colunas são Data, Hora de Início, Descrição, Tipo de Atividade, Número de Pomodoros utilizados e Observações, onde você pode anotar certas ressalvas para a tarefa em questão.

Com isso você vai perder o sentimento de tempo perdido e se concentrar no que realmente importa. É extremamente importante se desligar do mundo exterior durante o pomodoro. Redes sociais, e-mail, saídas esporádicas… esqueça. São você e a tarefa, nada mais. Durante a pausa, tudo liberado. Na maioria das vezes a solução surgirá durante os intervalos. Quando a mente se desprende do problema ela concatena as opções e a resposta aparece, simplesmente.

Alguns pontos prós e contras da técnica:

Prós:

– ajuda na organização ao obrigá-lo a anotar tudo o que se tem que fazer;

– define timings para as tarefas, com tempo para descanso. Isso ajuda a produzir com mais qualidade;

– ajuda a definir prioridades;

– mantém a motivação. Ao ver a quantidade de tarefas realizadas em pouco tempo, a pessoa se sente impulsionada a fazer mais e melhor;

– é extremamente simples. Pode-se usar ferramentas mais modernas, mas basta um cronômetro, papel e caneta. Como o foco aqui é na produtividade, é imperativo manter a simplicidade. Há alguns apps otimizados para a Técnica Pomodoro, mas lembre-se de que eles não são essenciais, os deixarei aqui mais pela curiosidade:

Pomodairo – aplicativo que roda em Adobe Air, para Windows, Mac e Linux;

Pomodori – para Mac;

Tomato Timer – web app, roda no browser;

Promodoro – para iOS;

Pomodroido – para Android;

Pomodoro – para Windows Phone.

Contras:

– o método parte do pressuposto que não conseguimos nos manter concentrados por mais de 25 minutos. Algumas pessoas conseguem ficar focadas por mais de uma hora, mantendo a produtividade. Definir um prazo menor pode até atrapalhar mais do que ajudar, pois força o cérebro a parar e até recuperar a concentração pode-se levar um tempo maior do que o tempo de descanso.

Cada pessoa possui um ritmo de trabalho. Mesmo eu, que sou extremamente disperso, consigo manter o foco por um tempo. Aconselho a testar o método e adequá-lo a sua própria necessidade. Você não tem nada a perder, mas tem a ganhar a mercadoria mais preciosa dos mortais: tempo.

22/08/12

Faltam filmes legendados nos cinemas. E quem mais sofre é quem não consegue ouvir

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Cinema, Opinião

Ultimamente tenho percebido que os cinemas carecem de opções de filmes legendados em cartaz. Dependendo da película, mesmo versões em 2D ficam relegadas a salas mais modestas, quando são postas à disposição.

Como já falei sobre o 3D em um post anterior, vou discorrer aqui sobre a opção de audio.

Antes de mais nada: não sou avesso à material dublado. Amo dublagem bem feita, e temos diversos atores que dedicam suas vidas a essa arte. O ponto que quero abordar aqui é outro: a opção de escolha e a restrição causada por essa prática.

Já repararam que é simplesmente impossível encontrar uma cópia legendada de qualquer animação que entre em cartaz no Brasil, e que a quantidade de filmes legendados vem diminuindo com o tempo? Em favor da ascenção da “nova classe C”, que teria “preguiça de ler” (teve até matéria na Época sobre isso, e discordo dessa afirmação veementemente), as salas estão preferindo dispobinibilizar cópias dubladas somente. O fenômeno está atingindo até operadoras de TV a cabo: algumas séries que eram exibidas com áudio original e legendas foram substituídas por versões dubladas.

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Eu gosto de dublagem bem feita, mas não abro mão do meu poder de escolha. Se quero ver legendado, espero que a opção esteja disponível. Eliminar as cópias legendadas me ofende enquanto consumidor.

Mas esse nem é o problema principal, afinal, eu posso esperar sair em DVD ou Blu-Ray. Sabe quem mais sofre com isso? Deficientes auditivos.

Existem pouquíssimas salas em São Paulo (se houverem exemplos Brasil afora, deixem aí nos comentários) com opção de legenda especial que narra também sons de ambiente. Reduzindo os filmes legendados diminui também a opção de quem tem dificuldade ou não ouve nada de se divertir em uma sessão de cinema. Como o deficiente auditivo se guia pela legenda, num filme sem essa opção ele precisa se ater à leitura de lábios (lembrem-se que aparelhos e implantes cocleares não devolvem 100% da audição). Num filme estrangeiro, em que os lábios falam uma língua e o áudio outra, a concentração vai pro espaço.

O grande circuito de São Paulo quase não possui mais sessões legendadas e quando tem, é em poucos horários e salas. Nada contra quem defende o dublado em prol do legendado, mas não podemos limitar a opção de escolha, principalmente para aqueles que dependem para ter acesso ao que é direito de todos, entretenimento.

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