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Adoção: Um relato do leitor @magnorox

A principal razão do meu blog é fazer uma agenda da evolução do meu Padawan! Tenho inclusive uma categoria só para isso aqui no blog: Padawan’s Path. E o hoje tive uma linda surpresa com o e-mail de um leitor, o @magnorox, sobre como o carinho que tenho com o meu filho ajudou a influenciar a família dele a tomar uma decisão de amor: adotar uma criança. Nem tem como não se emocionar com o seu texto e história!

Nerd Pai

 

Bom dia AJ.

Como te falei, vou fazer um pequeno relato, pra tu poder entender o quão importante foi para mim decidir adotar.

Sou casado há 7 anos. Desde que começamos nossa vida a dois, tinha em mente que não iria querer filhos. Motivo principal, creio eu, olhando hoje pro passado, é por que sou uma criança grande. Minha esposa, por ser 20 anos mais velha, nunca se pronunciou muito sobre o assunto, e acabamos levando isso numa boa.

Mas, em outubro de 2007, minha esposa engravidou. Posso te dizer que, quando foi confirmada a gravidez, foi o dia mais feliz da minha vida! Nessa época nós dois trabalhávamos em lojas do shopping em Curitiba. Eu trabalhava na filial da PBKids e ela numa loja de roupas femininas. Com o final do ano chegando, veio aquele stress de quem trabalha em shopping (teve dia d’eu chegar as 07:00 da manhã e ir pra casa as 02:00), e ela, acho que por ver eu me matando pra poder ter uma grana a mais no final do ano, também exagerou na carga horária (mas não tanto quanto eu).

Sei que no dia 28/01/2008 eu tava trabalhando (na PBKids Baby tem uma área destinada a recém nascidos) e vendo algumas coisas para minha filha (já sabiamos o sexo), e já separando algumas coisinhas pra comprar, quando recebo uma ligação da minha esposa, chorando e pedindo desculpas. Infelizmente ela tinha feito um aborto espontâneo. Esse foi o dia mais triste da minha vida! (lágrimas nos olhos) Não vou mentir, até hoje não superei isso. Quando vejo filmes mostrando essa relação pai/filha, ainda me bate um aperto no peito. Enfim, sei que ela não tem culpa nisso, foi algo que aconteceu.

Eu vivi todo processo pós-aborto. Eu vi como minha esposa ficou e os danos que esse aborto a causaram  (tantos os danos psicológicos, quanto os danos físicos). Após isso, conversamos bastante e, grande parte dessa decisão é minha culpa, por que em certos assuntos sou irredutível, decidimos que iríamos ficar como estávamos: sem filhos.

Sei que o tempo passou, e em 2010, voltei pra Fortaleza (eu sou daqui e ela de SP). Foi uma mudança muito boa pra nós dois. Até mesmo no referente a saúde.

O tempo passou e eu vi muitos amigos e amigas, do tempo de colégio, com seus filhos . Não vou mentir,  isso causou uma certa inveja, mas aquela inveja positiva, uma vontade de me juntar a esse “grupo”. Após assistir a alguns programas, que tratam do tema, algumas de minhas séries favoritas também abordando o tema, e ver alguns blogs (o teu incluso), mostrando tanto adoção quanto a paternidade, conversei com minha esposa e decidimos que vamos adotar. Mas como te disse, decidimos, ainda não o fizemos.

Estamos com a decisão tomada e estamos nos estruturando pra isso. Como moramos de aluguel estamos procurando uma casa pra comprar. Infelizmente não queremos uma criança daqui de Fortaleza, pra nao acontecer de bater um arrependimento da mãe querer a criança de volta. Mas vamos fazer tudo dentro da lei, com advogado, juíz e tudo.

Bem, por enquanto é isso. Espero que vc goste da minha, pequena e ainda sem fim, história de vida sobre a minha busca pela paternidade. Um forte abraço e sucesso.

Pra terminar,  recebo muito essa pergunta: Por que vocês não continuam tentando? A resposta é simples. Eu to com 28 anos, mas minha esposa tá com 48. Infelizmente eu sei que uma gravidez pra ela é um risco muito grande, e sinceramente, não quero matar niguém por conta de um desejo meu. —

@magnorox

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