A Netflix me liberou os 6 episódios iniciais de Punho de Ferro — personagem criado pelo Roy Thomas e Gil Kane em 1974 — e confesso que fui com baixa expectativa, pois li muitas pessoas reclamando de um das principais características dessa série: as lutas.

Danny Rand/Punho de Ferro foi resgatado por Monges logo que seu avião caiu em algum lugar na China. Durante anos ele mergulhou no mundo do Kung-Fu, foi treinado para controlar seu Ki e se transformou em uma arma viva chamada Punho de Ferro.

Kung-Fu é uma arte marcial fluida onde imita os movimentos da natureza. São movimentos complexos onde a força é o que menos conta. O Kung Fu une mente, espírito, corpo e habilita ações harmoniosas entre os elementos da vida de um ser humano.

Diferente do visceral Justiceiro que usa armas (muitas) e muito sangue e do Demolidor que precisa dar porrada de verdade por até não dominar 100% um estilo de luta, Punho de Ferro nos mostra lutas leves e rápidas. Muitos pensam que fizeram assim pois faltou coragem da Netflix/Marvel em mostrar pancadaria, mas não! As lutas são assim porque o Kung-Fu é assim. Quer ver pancadaria e muito sangue? Espere estrear O Justiceiro e seja feliz.

As lutas são a essência do Kung-Fu. Cada movimento do Rand tem uma razão. Como a natureza, nada é desperdiçado e podemos ver isso em cada golpe. Um giro não é só um giro, e sim uma forma de desarmar uma pessoa, abrir espaço e preparar um novo golpe para acabar com a luta. Dois golpes e a luta acabou. Esse cuidado de economizar nas lutas é que torna a série forte, pois tiveram respeito ao Kung-Fu.

Nesses 6 episódios, se concentraram em criar o enredo. Danny volta à NY – luta para provar que ele não morreu – quer salvar a empresa que os pais criaram – tem uma missão importante. Os episódios tem ritmo e nem se comparam ao arrastado Luke Cage. São episódios que acabam com ganchos e revelações que fazem ligar o Modo Maratona que tanto odeio. (falo disso aqui)

Aliás as revelações poderiam esperar um pouco para ocorrerem, pois muitas são reveladas logo no começo. Porém quem já conhece o personagem pelos quadrinhos já fazia ideia de quem seria um dos vilões.

Durante esses 6 episódios inimigos e amigos são feitos e várias referências são esfregadas em nossa cara. Como o Punho de Ferro nos apresenta o último Defensore – Os Defensores é a série que vai unir o Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro – a Netflix/Marvel está criando referências com personagens desde Jessica e, assim, consegue amarrar todo esse novo universo.

Gostei de Punho de Ferro. Estou ansioso para que chegue o dia 17 de março para acabar de ver a série. Se você gostou de Demolidor, irá gostar dessa nova série da Netflix/Marvel. Mas tenha em mente que Kung-Fu não é pancadaria, ok?

Punho de Ferro estreia somente na Netflix dia 17 de março.