Por causa do Momo, a discussão sobre o uso de telas explodiu. Por mais que seja uma fake news que deu gatilho para uma histeria coletiva, foi bacana colocarmos em pauta esse tipo de conteúdo para que os pais e mãe tenham mais ciência da vida online dos seus Jovens Padawans.
Defendo que precisamos ter equilíbrio. Tirar as telas dos nossos filhos e filhas é privá-los de algo que faz parte do mundinho deles. O que é prejudicial é o excesso do uso das telas. Dez horas enfiando em telas faz tanto mal como dez horas enfiado em livros ou jogando bola.
O que precisamos fazer é conciliar tudo isso aí no dia a dia da molecada. Livros, telas e esporte.
Mas o que fazer se o seu Padawan não consegue largar as telas? Será que proibir é a solução. Aqui entra a psicóloga clínica Andréa Xavier, que dá 7 dicas de como desconectar os filhos do mundo virtual.
1- O tempo com filhos
Estar presente na vida dos filhos é o princípio de tudo. Excesso de trabalho não deve ser motivo para que os pais não deem atenção às crianças. “É preciso estar atento às atividades do filho, acompanhando todo o processo de crescimento dele. Lembrando que isso não demanda quantidade de tempo mas sim qualidade no tempo em que os adultos se relacionam com as crianças“, adverte a psicóloga.
2- Diálogo
“Da mesma maneira que os pais devem conversar com seus filhos sobre todos os perigos ao sair na rua, sobre não falar com estranhos, estar atentos as abordagens de qualquer pessoa, deve ter a postura dos pais em relação ao uso da tecnologia“, comenta Andréa. Para facilitar e fazer com que seu filho cumpra os limites, utilize sempre a explicação, para que o menor compreenda o porquê do mesmo.
3 – Análise de comportamento
Reações negativas, ansiedade, impaciência, nervosismo e agressivas são sinais que é hora de desligar o eletrônico. “Trocar a internet por outro programa com a família, brincar ao ar livre, um esporte ou um cinema podem ser saídas do mundo virtual desta criança ou adolescente. Pode-se montar um cronograma com atividades que os agradam, depois de finalizarem suas responsabilidades“, afirma a especialista que aconselha a deixar um espaço também para tecnologia, mas que não seja somente este o divertimento.
4- Castigo
A psicóloga afirma que nenhum castigo ou forma dura de repreensão é bem vinda. “Só o fato da criança/adolescente se sentir castigada pode gerar mais rebeldia e o comportamento pode se agravar“, analisa a especialista. Limites são ideais e não causam traumas. A melhor maneira de se tratar esse assunto é através da prevenção.
5 – Insegurança
Frequentemente quem se esconde atrás da tecnologia, são aquelas pessoas que tem muita dificuldade no contato pessoal e que se sentem mais seguras ao se relacionar pelo mundo virtual. “Por trás de um smartphone não é possível que o outro te veja, perceba as reações e as suas fraquezas. O contato com o mundo real muitas vezes é duro e tem muitos que não estão preparados. Mais uma vez cabe aos pais estarem atentos , pois é muito difícil se desenvolver sem se relacionar“, comenta Andréa.
6- Traumas
As crianças ou adolescentes podem ser expostas na internet, como o bullying virtual ou vazamento de fotos ou vídeos íntimos. Para Andréa é necessário educar os filhos sobre a auto responsabilidade. “A melhor maneira de conscientiza-lo é chama-lo para a realidade. Seus atos sempre trazem consequência, boas ou ruins, e que embora eles sejam levados ou instigados por outras pessoas e até mesmo por vídeos e desafios da internet , sempre será dele a decisão de fazer ou não, permitir ou não“. A psicóloga alerta que os pais precisam deixar claro para os filhos que eles podem confiar nos adultos que os cercam para contar sobre os casos sem medo de represálias.
7 -Equilíbrio
É necessário refletir antes de responder alguma solicitação de seu filho. “O ideal a ser feito é pensar bem e ter certeza da sua decisão para depois não voltar atrás. Nunca prometa o que não poderá cumprir! Limites devem ser colocados com equilíbrio e argumentos seguros“, completa a especialista.
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