Se todos os Padawans fossem Padawans, adorariam estar em uma máquina motorizada. Claro que os carros de hoje ainda não são as máquinas voadoras que todo garoto gostaria de pilotar. E algumas crianças só precisam que se ligue o motor para caírem no ronco. Mas, esses dorminhocos são exceção. No carro, em geral, os pequenos são impacientes, conversam, não param quietos e tal.
Fiz uma viagem de carro quando o Padawan tinha quase um ano. A impressão que tive é a viagem durou umas 12 horas, sendo que ela leva apenas 04.
Para quem dirige é chato ter uma algazarra no banco traseiro, enquanto se concentra na estrada. Mas, Padawans são assim mesmo.
Para não se estressar com a bagunça e com a segurança delas é preciso ser criativo, participativo e paciente.
Se com viagens curtas existem problemas, em longas as chances para o estresse aumentam. E para fazer uma Road Trip com crianças a bordo é essencial planejar, observar tudo antes de girar a chave e deixar a casa pra trás em busca de uma viagem segura e tranquila. Porque fazer de uma oportunidade de conhecer lugares e aproximar a família uma guerra?
Para quem é pai há mais tempo, quantas vezes em viagens teve que dizer:
Padawan, senta direito no banco, pois se eu brecar você vai te machucar!
E aquela cabecinha toda hora surgia entre os bancos da frente, pra perguntar alguma coisa.
Só não é pior pois hoje todo pai responsável faz uso da cadeirinha. Claro que a prioridade aqui é a segurança, mas saber que o Padawan fica preso lá me dá uma certa paz quando estou dirigindo, pois sei que ele não vai aprontar (muito).
O uso de cadeirinha, bebê conforto ou booster é exigido pelos órgãos de trânsito no Brasil. São itens indispensáveis para a segurança de todos dentro dos carros. Não se trata, apenas, de exigência que deve ser cumprida para quem não quer ser multado, mas de equipamentos necessários para quem ama seus filhos e preza pela segurança deles acima de tudo.
Muita gente acha que a fiscalização dentro da cidade é mais rigorosa e que exige mais cuidado. Entretanto, nas estradas é que se encontram os maiores perigos, pois os carros viajam a velocidades maiores, aumentando os riscos de freadas bruscas, batidas fortes e capotagens. É imprescindível possuir um seguro de carros para ter aonde recorrer quando houver um problema.
A cadeirinha e os outros acessórios de retenção para crianças podem variar de acordo com idade, peso e tamanho das crianças.
- Bebê conforto: desde recém-nascidos até bebês com 9kg. Modelos mais caros podem suportar até 13kg. Deve ser instalado de costas para os bancos frontais, protegendo o bebê.
- Poltrona reversível: para crianças com até 16kg. De frente para o banco do motorista. É importante salientar que a idade de um ano ou o peso podem definir a mudança do bebê conforto para a poltroninha. Entretanto, devemos ter o cuidado de fazer a sintonia fina, pois crianças menores, mesmo atingindo um ano ou até mais, podem ter que continuar no bebê conforto por mais tempo.
- Assentos de elevação ou Booster: para crianças mais pesadas, de 4 anos de idade em diante. Podem ter encosto ou não.
Cadeirinhas evitam que as crianças saiam do banco em caso de batida ou freada brusca. Em caso de capotagem, a criança não se solta do banco, o que poderia matá-la, assim como todos dentro do carro. É muito importante que os pais avaliem se o equipamento possui selo do Inmetro, e se é recomendado por órgãos de trânsito. Alguns são mais compatíveis com certas marcas de carro. É melhor gastar um pouco mais e garantir a segurança dos Padawans.
As cadeirinhas estão certas e prontas? Agora é hora de revisar o carro. Fazer uma boa revisão evita desgastes no caminho. O balanceamento, os pneus, geometria, filtros de ar e combustível, funcionamento do ar condicionado, nível e qualidade do óleo, funcionamento dos faróis, etc. Tudo tem que estar perfeitamente em condições de rodar com segurança e dentro da lei.
Ok. Crianças devidamente alocadas nas cadeirinhas, carro em perfeitas condições. Hora de sair. Tudo dentro do planejamento.
Em uma longa viagem, os problemas se multiplicam. Eles ficam impacientes. Por isso, a primeira coisa a se fazer é planejar. Planejar a viagem é tão importante quanto iniciá-la. Saber o que fazer para dominar a atenção das crianças e onde parar para que elas possam sair e gastar um pouco as energias são pequenos passos que podem evitar dores de cabeça e fazer a viagem mais proveitosa.
Primeiramente, não marque uma viagem longa em uma época em que você esteja muito cansado. Se, vai tirar férias, deixe para iniciar a viagem após um ou dois dias em casa, dormindo e descansando. Saia de cabeça fresca e com a saúde em dia.
Prefira partir bem cedo. Padawans odeiam acordar cedo. Rapidinho eles vão apagar e dormir. Quando eles acordam já é hora da primeira parada. Isso evita o desconforto do início da viagem. Quanto mais novos, mais eles ficam sonolentos com o balanço do carro.
Não viaje direto, por muitos quilômetros, muitas horas. Não passe um dia inteiro dirigindo. Mesmo que haja no carro mais de uma pessoa com capacidade e permissão para dirigir, evite andar sem parar. Planeje paradas estratégicas para descanso, esticar as pernas, comer e olhar a paisagem. Às vezes, é melhor escolher um caminho um pouco mais longo, mas que proporcione paradas legais, paisagens bonitas e maior tranquilidade.
Ao planejar a viagem e as paradas, observe como está o tempo e o trânsito no caminho. Evite passar em estradas ou cidades que possuem histórico de engarrafamentos em determinadas épocas, dias ou horários. Pense na segurança, evitando estradas à noite que tenham histórico de assaltos, que sejam desertas ou com espaços muito longos sem sinal de civilização.
Leve sempre uma sacola ou caixa térmica com comida, água e bebidas que sejam do gosto das crianças. Pare, eventualmente, para que elas possam descarregar estas bebidas. Crianças possuem bexiga pequena e pouca força de vontade para segurar o xixi. Não se estresse por isso. Acidentes deste tipo acontecem!
Leve dinheiro. Não precisa ser em grande quantidade, mas que possa comprar um lanche, uma água, ou comprar algo na beira da estrada.
Ao parar para descansar, procure locais tranquilos. Restaurantes seguros. Evite postos de gasolina com muito movimento, evite recuos nas estradas. Crianças podem largar a mão dos pais e disparar correndo. Cuidado.
Se for parar para dormir, avalie antes de sair cada opção de hotel ou camping. Se os pequenos preferem acampar, guarde um dia para montar uma barraca em um lugar seguro, fechado.
Dentro do carro, manter a criançada entretida e os adultos pacientes é um exercício interessante. Inicialmente, vale a pena gastar um tempo uns dias antes de sair para montar uma boa playlist com as músicas favoritas do pequeno intercaladas com músicas dos adultos. Prefira músicas para curtir, para cantar.
Invente jogos na internet tem muitas dicas. Podem ser jogos que agucem a atenção dos pequenos, procurando carros de determinadas cores, placas com determinados números, jogos de adivinhação. Mesmo que pareçam jogos muito simplórios para os adultos, os Padawans podem ser divertir por muito tempo.
Se os jogos já enjoaram, se ainda tem estrada pela frente, utilize o último recurso: tecnologia. Alguns carros já possuem telas para passar DVDs nos bancos traseiros. Se não tiverem, existem as possibilidades de DVDs portáteis (uma tecnologia em extinção) ou tablets. Os tablets são muito bons para viagens, pois podem passar filmes, ou podem ter joguinhos.
Os pais precisam ter paciência, jogos com som são preferidos pelos pequenos. Quanto menores, mais gostam de sinais sonoros. Valem os videogames portáteis também. Ajudam a distrair. Lógico, que algumas crianças preferem jogar e ficar fazendo uso do aparato tecnológico durante toda a viagem. Cabe aos pais conhecerem bem seus filhos e organizarem a programação de acordo com cada perfil.
É possível transformar uma viagem gigante e desgastante em uma ótima oportunidade para a família se divertir e se relacionar, estreitando os laços. Meus amigos, e eu também, todos se lembram de grandes viagens com a família. Cada um tem um tipo de recordação. Por pior que seja a viagem, sempre existem boas recordações. Porque não fazer de cada viagem experiências só de boas memórias?