No Natal de 2017 fizemos um acordo com nossa filha que completa 3 anos agora em novembro: No próximo Natal, ela daria sua chupeta para o Papai Noel.
Na hora ela topou e parecia que estava tudo bem.
Passaram alguns meses e a menina não podia escutar o nome do Papai Noel. Quando escutava, fazia cara feia e soltava: “Não gosto do Papai Noel, ele é muito chato”; “Nunca mais quero ver o Papai Noel” e assim por diante.
Não contávamos com a resiliência da nossa Youngling. Para não dar a chupeta para o Papai Noel, ela começou a não gostar do Bom Velhinho e percebemos que a nossa tática foi errada.
A dentista especializada em pediatria pela Universidade de São Paulo (USP), a Cristina Holtz, defende que a criança precisa largar a chupeta até os dois anos de idade *. Excedemos um pouco esse prazo, pois quem é pai sabe que fazer nossos Padawans largarem a chupeta é uma tarefa similar a chegar no Orodruin, em Mordor.
A Fá e eu já estávamos pensando o que iríamos fazer sobre a chupeta. Ok, ela usava apenas para dormir e isso é um ponto positivo, pois o fator de risco de ocorrer uma alteração irreversível era menor, mas ela precisa largar da chupeta.
E foi aí que algo ocorreu….
Quem tem Padawans que usam chupetas sabe que eles perdem praticamente uma a cada semana. E as boas, as ortodônticas, são praticamente o preço do iPhone Xs de 256GB (exagero, mas tá quaaaase lá).
Depois de termos enriquecido a indústria mundial de chupetas aqui em casa, conversamos com a minha filha e pedimos para ela cuidar bem da chupeta, pois se aquela sumir nenhuma outra entraria no lugar.
O que ela fez? Ao sair de sua cama deixava a chupeta com todo o cuidado no criado mudo todo.santo.dia. Ela tomava conta da chupeta de uma maneira que já estávamos preocupados com o dano colateral desse novo plano. Tipo, se ela perdesse aquela certamente iria se tornar o John Wick das chupetas e iria querer vingança!
Bem, alguns dias se passaram e fomos viajar no fim de semana. Na loucura de colocar todos e meia casa dentro do carro, adivinha o que esquecemos?
Pois é.
Na hora de dormir foi aquela choradeira, pois ela queria a chupeta. Chegou a acordar no meio da noite pedindo a dita cuja. Já estávamos prevendo uma nova derrota para uma garotinha de 2 anos de idade e a sensação de fracasso já fungava em nossos cangotes.
E, como um passe de mágica, tudo mudou.
A minha Youngling, no dia seguinte, ESQUECEU completamente da chupeta. Não tocou no assunto durante o dia, mas ficamos preparados pois passaríamos mais uma noite no hotel. Ao dormir, assistiu a praga da Patrulha Canina e não tocou no nome-daquela-que-não-deve-ser-nomeada.
Porém faltava a fase mais difícil de todas: chegar em casa.
Ao entrar pela porta, subi correndo no quarto dela, peguei a chupeta , guardei em meu quarto e esperei o circo pegar fogo. Tinha a CERTEZA que seria a primeira coisa que ela iria pedir.
Hoje completou 40 dias que ela largou a chupeta e tudo graças a um esquecimento nosso. Pensamos em tantas maneiras mirabolantes para a chupeta desencarnar de nossas vidas, que algo tão simples e corriqueiro resolveu tudo. Sem stress e nem nada.
Até voltei a curtir John Wick novamente, gente!
Muitas vezes nos preocupamos demais com algumas fases dos nossos filhos e filhas e esquecemos que a natureza dá um jeito. Claro que podemos dar um empurrão, mas a hora chega para todos. Bem, para quase todos…
O Papai Noel ainda não é bem visto por ela.