Meus filhos, desde que nasceram, dormem em suas camas. O mais velho, com 9 anos, só o colocamos na cama e capota. Já a mais nova, de 3 anos, ainda tem noites (nessa semana nenhuma vez) que demora mais para dormir ou acaba indo de madrugada para a nossa cama.

Esperamos cair no sono novamente e a levamos para a cama. Cansa? Cansa. Porém, em nenhum momento, cogitamos optar pela cama compartilhada.

A Tatiane Gallas, em seu Instagram, posta 12 benefícios da cama compartilhada:

  1. Aproxima pais e filhos
  2. A criança não se sente sozinha.
  3. Aumenta a autoestima da criança.
  4. Faz com que a criança se sinta amada e desejada.
  5. Aumenta a intimidade da família.
  6. Se sentir saudades é só dar um abraço.
  7. Uma cama a menos para arrumar no dia seguinte.
  8. A criança cresce com maior facilidade de relacionamento.
  9. Aumenta a segurança do bebê.
  10. Facilita e encoraja a amamentação prolongada.
  11. Se acordar durante a noite fica mais fácil para voltar a dormir.
  12. A criança fica quietinha.

Será que a cama compartilhada é responsável por tudo isso mesmo? Confesso que tenho minhas dúvidas. Podemos trabalhar todos esses ítens fora da cama compartilhada! Podemos nos aproximar dos nosso filhos, aumentar sua autoestima, fazer com que ela seja amada e desejada,  aumentar a intimidade da família etc fora de uma cama.

Optar por uma cama compartilhada, conforme estudos, não tem benefícios, nem malefícios em termos de problemas de saúde mental, uso de drogas, sexualidade ou qualidade de relacionamentos. Ou seja, os Jovens Padawans acabam não tendo ganho, e nem perda, com isso.

Porém tem um dano colateral na cama compartilhada: a vida do casal.

Luiz Augusto Rohde, Professor Titular de Psiquiatria da Universidade do Rio Grande do Sul e professor da pós-graduação em Psiquiatria na Universidade de São Paulo, defende que não existe problema nenhum manter os Padawans na cama do casal e nem aponta falsos fantasmas futuros para aqueles pais exaustos e culpados que, ás vezes, não conseguem ter forças para levar os filhos de volta para a cama deles em algumas noites.

Porém ele ressalva que muitos pais usam os filhos para manterem a distância entre si ou usam a cama compartilhada como única solução para resolver medos ou dificuldades de sono dos seus filhos. Aqui ele defende que existem opções melhores para se tratar disso e não será uma cama compartilhada que irá resolver.

Aqui entra o ponto que citei logo acima. Cama compartilhada pode criar um problema para o casal. A cama pode ser considerada o último refúgio do casal e ao colocarmos nossos filhos nela acaba gerando problemas de relacionamento.

A psicóloga Angélica Capelari, professora da Universidade Metodista de São Paulo, disse:

A cama compartilhada pode ser uma desculpa para um relacionamento que não anda bem. E, se for uma crise velada, a tentativa de modificar a situação fica mais difícil. A dica é resolver os problemas conjugais para não gerar outros problemas para o filho.

Quando nos tornamos pais, abrimos a mão de muitas coisas! Tudo que fazemos é pensando em nossos filhos. Mas é a nossa companheira? E o seu companheiro? Será que não precisamos de um local só nosso para que a intimidade seja preservada? E não estou falando apenas de sexo, gente! Para isso podemos fazer no banho, na sala, na cozinha. Estou falando daquela intimidade de dormir juntinhos, de fazer um carinho no meio da noite, de colocar a conversa em dia sem ter alguém com os ouvidos atentos. Vincular intimidade com sexo é uma maneira preguiçosa de definir um relacionamento. O casal não se resume apenas em sexo, ok?

Finalizando, esse post não é para dizer o que você deve fazer! Se curte uma cama compartilhada, vai em frente e não se sinta culpado ou culpada. A mesma coisa vale para quem não curte. Esse post é para termos um outro ponto de vista sobre a cama compartilhada, pois ela pode mascarar alguns problemas que devem ser tratados de outra forma e assim, todos acabam ganhando no final.

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