Quando o Padawan nasceu lá em 2010, ficamos apavorados quando a Fá teve alta do maternidade. Como assim, já?! Queríamos ficar mais um dia pelo menos por lá para adquirimos mais experiência, pois bebês não vem com manual de instrução.
Em seu terceiro banho, já em casa, quase matamos o moleque afogado. O nosso trauma foi tão grande que ele ficou uns quatro dias tomando banho com toalha molhada e só voltou à banheira depois que uma prima da Fá, que já era mãe de dois, foi lá em casa dar um workshop de como dar banho em recém-nascidos.
Bem, a minha filha completa 2 anos agora em novembro e posso dizer com propriedade que em relação ao primeiro filho, o segundo tudo é bem mais fácil. Diferente do seu irmão, já queríamos ir embora do hospital no dia seguinte ao seu nascimento. Para que ficar ali mais um dia, questionávamos. O banho então, uma tranquilidade!
Porém existe um efeito colateral disso tudo: a displicência. Com o Padawan fizemos ensaio de grávida (fui forçado, gente!), gravamos ele chegando em casa pela primeira vez, teve festinha de um ano toda produzida, media a temperatura da sua mamadeira, tinha fotos dele em tudo que é canto dentro de casa.
Acredita que reparamos esses dias que não tem UMA foto da minha filha nos porta-retratos em casa. NENHUMA. Esse para mim foi o ápice da displicência e vamos corrigir isso o mais rápido possível.
Ser pai é saber lidar com isso e, o mais importante, não se sentir culpado. Só porque um filho teve algo necessariamente o outro não precisa ter. Claro que em relação à saúde, alimentação e educação precisamos nivelar para todos os filhos. Mas o supérfluo, não. Ninguém vai morrer por causa disso. Até porque muitas vezes fazemos coisas para massagear nossos egos e o segundo filho nos mostra isso.
Então pais e mães, não vamos nos sentir culpados se o segundo, terceiro, quarto filho (batendo 3 vezes na madeira aqui) não passar pelas mesmas coisas que o primeiro. O que não pode falar para nenhum é apenas uma coisa: o amor.