A minha parte é saber de toda a história #FICASAMANTHA

Infelizmente quando a Padawan tinha apenas 01 ano os pais se separaram. Existe uma campanha pedindo para que todos façam a sua parte assinando uma petição online para que a Samantha não seja retirada da mãe. Sim, eu sei que isso não adianta nada, mas todo esforço é válido.

Pois bem, o grande problema que eu encontrei nessa campanha é que vários blogs estão replicando um texto que é tendencioso para um dos lados.

Vamos a dois fatos que estão no início desse referido texto:

1º – O pai, infelizmente, se tornou violento e a mãe teve de acionar a justiça americana para evitar algum problema mais sério. Nada justifica uma violência doméstica e o pai, sim, deve pagar por isso na justiça.

2º – Depois desse episódio a mãe conseguiu, alguns meses depois, uma permissão para ir com a filha por 16 dias para o Brasil. E aí foi o maior erro que ela cometeu: ela não voltou mais e ocorreu um sequestro internacional.

Ambos os pais erraram e NUNCA um erro justifica o outro.

Voltando ao texto que roda pela internet e quem assina é a avó da Samantha,  na parte onde a filha errou ao sequestrar a Samantha ela tenta atenuar a situação com um “…Quem voltaria?“.

Depois dessa parte do texto o que temos é a versão de apenas uma das partes.

Atenção: não estou defendendo o pai e nem a mãe da Samantha! O que eu defendo é o direito de sabermos os dois lados da história! Ainda mais que tudo tem SEMPRE três lados: o meu, o seu e o da verdade.

Conversando com amigos juízes sobre esse caso, eles me deram uma informação que em nenhum post sobre o caso Samantha é mencionado. O pai não ganhou a GUARDA da Samantha, e sim  o direito de discutir a guarda lá nos EUA, pois lá é o foro competente para o julgamento do caso e a menina precisa voltar para lá.

A Convenção sobre os aspectos civis do sequestro internacional de crianças – Decreto 3413/2000 foi a base para que o STJ tomasse essa decisão.

A Padawan não será deportada. Ela é uma cidadã brasileira e não irá perder esse direito. Ela terá, por determinação da Justiça Brasileira, voltar aos EUA para que lá possa ser julgada a guarda da Samantha.

Por isso que no início do post eu disse que o texto da campanha Fica Samantha é tendencioso e perigoso, pois ao mostrar apenas um lado da história as pessoas estão mostrando meias verdades. E, para mim, não existe meia verdade. Ou é verdade ou é mentira.

Novamente para que não entendeu: não estou defendendo o pai. O que eu defendo é a manifestação de todos os lados para que aí as pessoas possam tomar um partido.

O texto que sempre menciono é esse, escrito pela avó da Samantha, e que copiei do blog Mamãe Ácida:

“Um casal de brasileiros, que se conheceram em época de escola, se reencontram 15 anos depois, no Brasil. Vão morar nos EUA e tem uma filha lá, em 2008. O casal, a mãe, Flavia Harpaz e o pai, Mauricio Levy Sadicoff. Quando a criança tinha menos de um ano, os pais se separam, vivenciando um divórcio extremamente conturbado e conflituoso.
 
A mãe, Flavia, acaba ganhando nos EUA uma ordem de proteção contra o pai, que se tornou violento. O pai é retirado de casa com escolta policial. Alguns meses depois, sozinha com a filha e desesperada, a mãe ganha na justiça americana o direito de vir ao Brasil por 16 dias.
Vem com a filha para o Brasil e decide recomeçar a vida por aqui. E não volta mais…Quem voltaria?
 
Cria, então, a menina ao lado dos próprios pais e também dos avós paternos, todos moradores do Rio de Janeiro. A criança, convive e interage com ambas as famílias intensamente, no Brasil (convivio esse que contem videos e fotos, todos postados na pagina do Facebook). A mãe, Flávia, tenta, em vão, vários acordos com o pai. (Uma das tentativas está postada no Facebook – uma carta).
 
E faz questão de estimular o contato entre pai e filha, via skype, semanalmente. Inúmeros emails foram enviados pela mãe convidando e pedindo ao pai que viesse ver a filha, no Rio de Janeiro. Ele, provavelmente magoado e com o orgulho ferido, nunca quis viajar ao Brasil para ver a menina em CINCO anos! Mas, acabou entrando com uma ação na corte de Haia em 2010, alegando o sequestro de Samantha (ainda que seja filha de brasileiros e tenha 2 passaportes, o fato de ter nascido lá faz de Samantha uma Norte-Americana/Brasileira).
 
O processo, iniciado pelo pai, acabou parando no STJ há 1 mês atrás, e a mãe PERDEU. Resultado: uma brasileirinha de seis anos e meio, que nunca viu o pai (que, aliás, é acusado de ser violento) será DEPORTADA aos Estados Unidos. E para piorar a situação, a mãe, Flávia – que foi acusada de sequestrar a filha americana – está proibida de voltar ao país ou vai presa por ordem do pai da criança. Na prática, ela vai literalmente perder a filha, sem chance sequer de visitá-la. A família do pai é extremamente influente no judiciário brasileiro…então essa luta vem sendo desigual e bem injusta…”