Conheci a Turma do Gordo lá por volta de 1983 no livro Sangue Fresco. Não me lembro quem comprou o livro para mim e nem quem indicou. A escola, talvez? Não sei.
Em Sangue Fresco, uma empresa americana, a Fresh Blood Corporations, sequestra Padawans bem nutridos das escolas particulares de São Paulo e os leva para um campo de concentração na Amazônia, onde o sangue deles é retirado e exportado.
Entre os Padawans está a Turma do Gordo, que conseguem não apenas fugir do cativeiro como prendem todos os seus integrantes.
O livro é recheado de aventura e momentos tensos com direito a uma sucuri gigante comendo uma criança no meio da mata. Sem contar que o herói do João Carlos Marinho é um gordinho desajeitado. Se isso soa estranho hoje, por causa da ditadura fitness, imagina lá em 1982?
Acredito que o sucesso do Sangue Fresco, que ganhou o Prêmio Jabuti e o Grande Prêmio da Crítica (APCA), foi justamente ser um livro denso focado para crianças/adolescentes.
A mistura de aventura e assassinato envolvendo uma turma de crianças e no mundo adulto atraiu toda a minha geração. Incrível que só foram redescobrir esse tipo de narrativa lá em 1997 com o Harry Potter.
João Carlos Marinho escreveu vários livros da Turma do Gordo, porém li somente três deles e recomendo fortemente:
- O Gênio do Crime – 1969
- O Caneco de Prata, 1971
- Sangue Fresco – 1982
Nesse ano teremos mais um, O Fantasma da Alameda Santos, e o próprio João Carlos Marinho fala sobre esse novo lançamento:
Irei comprar Sangue Fresco e lerei para o Padawan. Será lindo ler para ele uma história que fez parte da minha vida! Espero que ele curta a Turma do Gordo da mesma forma que curto até hoje, pois compartilhar um livro, uma história, com o nosso Padawan é algo mágico!