Existe aquele ditado americano que você já deve ter ouvido muitas vezes nas traduções ou dublagens dos filmes: “É melhor ser sortudo do que bom.” Em filmes, séries, TVs e jogos, a presença da sorte na vida de um personagem ou como protagonista de um acontecimento é frequente, e algumas vezes nos faz pensar sobre esse fator. Mas será que realmente é melhor ser sortudo do que bom?

Se você é uma pessoa que acredita na sorte ou é supersticiosa, você deve pensar que provavelmente ela está frequente o tempo todo. No pão que cai com a parte da manteiga para cima, no raio que cai na TV do vizinho e não na sua ou naquele pênalti batido na trave que salva o seu time de uma eliminação. Para os mais céticos e racionais, nada disso é plausível.

No entanto, parece que nem a ciência tem andado perto dos céticos quando esse é o assunto. Uma pesquisa do professor Richard Wiseman, da universidade de psicologia de Hertfordshire, o fator sorte pode ser provado cientificamente. É bom o seu Jovem Padawan acreditar.

Na pesquisa, Wiseman analisou mais de mil pessoas e chegou a seguinte conclusão: “O que o estudo revelou, como um todo, é que as pessoas podem mudar sua sorte. Sorte não é algo naturalmente paranormal. É algo que criamos através de nossos pensamentos e comportamentos.”

O ponto em que a pesquisa de Wiseman concluiu é muito importante. Para conseguir ter sorte em grandes momentos, é preciso ter muita competência para chegar no lugar em que a sorte pode ser um fator decisivo. Por exemplo, no lance de um pênalti em que a bola bate na trave, anda pela a linha e entra, aquele jogador que bateu a penalidade máxima teve que suar muito para ter a chance de estar naquele momento.

 
Esse pensamento se traduz também nas palavras de Wiseman. “Pessoas sortudas criam e agem de acordo com oportunidades em suas vidas. Elas tentam coisas. Já as azaradas sofrem de paralisia por análise. Não se beneficiam do aprendizado pela realização”, nota o pesquisador.

Sob esse ponto, não é melhor simplesmente ser sortudo do que bom, até porque, é improvável alguém chegar em uma posição alta na profissão contando mais com a sorte do que a competência. Além disso, sorte e sucesso são coisas diferentes.

Outro fator relevante que a pesquisa de Wiseman apontou é a necessidade de seguir a intuição. Após a conclusão do estudo, notou-se que cerca de 80% dos pesquisados sortudos relataram que acreditam em suas intuições em âmbito profissional. “O que a intuição parece ser é que, quando você é especialista em algum ramo, de alguma maneira o corpo e o cérebro descobrem um padrão que você, conscientemente, não percebeu”, relata Wiseman.

E nós, brasileiros, como ficamos nessa história toda? Nós não podemos ser considerados um país de sorte, infelizmente. Uma postagem que juntou fatores aleatórios apontou que somos apenas o 18° no mundo quando esse é o assunto, bem atrás do líder do ranking, o Reino Unido.

A sorte está lá para os bons, seja no momento certo de seguir a intuição ou na hora de se colocar em uma situação favorável e de grande destaque para um determinado momento ser marcado. Ficar simplesmente esperando de braços cruzados vencer na loteria ou achar uma nota de 100 reais na rua está longe de ser o melhor caminho para ser considerado uma pessoa sortuda. Na hora de educar o seu Jovem Padawan quando o assunto é sorte, é bom ter isso em mente.