Eu gosto de animes, porém não costumo acompanhar muitas séries, eu prefiro assistir OVAs (especiais que saem direto para home vídeo) ou os longa-metragens. E eu tenho um carinho especial pelas obras de Hayao Miyazaki e do Estúdio Ghibli, não só pela qualidade incrível de animação ou pela trilha sonora cativante do mestre Joe Hisaishi, mas porque suas obras conseguem abordar temas cotidianos com uma suavidade e visão únicas.
Esses dias eu perguntei pro Nerd Pai se o padawan já havia assistido algum filme do estúdio, e a resposta foi “não”. Foi então que tive a ideia de montar esse guia, indicando doze filmes que podem ser apreciados pelos pequenos (nisso infelizmente O Túmulo dos Vagalumes ficou de fora). Estes são os seis primeiros:
Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar (Gake no Ue no Ponyo, 2008)
O filme que Miyazaki dirigiu depois de anunciar sua aposentadoria (que ele vive adiando), essa talvez seja a animação mais infantil do estúdio. Ponyo conta a história da pequena menina-peixe que deseja conhecer o mundo exterior e acaba presa numa garrafa. Após ser salva e fazer amizade com o garoto Sousuke, ela deseja se tornar uma garota humana (qualquer semelhança com A Pequena Sereia não é mera coincidência) para desespero de seu pai, um mago que deu as costas à humanidade. Claro que seu desejo será fonte de inúmeros problemas e acabará levando o garoto a realizar um teste para provar que realmente gosta dela. Miyazaki como sempre aproveita para criticar a agressão do homem à natureza, dessa vez contra o mar.
O Mundo dos Pequeninos (Kari-gurashi no Arietty, 2010)
Este é o primeiro trabalho do animador Hiromasa Yonebayashi como diretor. Baseado no livro de Mary Norton The Borrowers (mais conhecido por aqui pelo filme Os Pequeninos, com John Goodman), o filme mostra Arrietty, uma garota minúscula que mora no assoalho de uma casa no interior com a família e que sobrevive “pegando emprestadas” coisas dos donos (grandes) da residência, sem se permitirem serem descobertos. Sua rotina muda ela faz amizade com Sho (ou Shawn), um garoto com problemas no coração que se hospeda na casa enquanto espera por uma cirurgia.
Whisper of the Heart (Mimi o Sumaseba, 1995)
Dirigido por Yoshifumi Kondou e baseado num mangá de mesmo nome de Aoi Hiiragi, nele conhecemos Shizuku, uma garota de 14 anos que sonha em ser escritora, e lê o máximo que pode. Ao perceber que um garoto chamado Seiji pega emprestado todos os livros que ela lê na biblioteca, procura encontra-lo e seu primeiro contato é bem negativo. Após conhecer uma pequena loja que pertence ao avô de Seiji (onde há a estatueta de um gato, chamada “O Barão”), ela descobre mais sobre o garoto e passa a admirá-lo, apesar do encontro tempestuoso. O filme é um conto delicado sobre o primeiro amor e é intercalado com passagens fantásticas que Shizuku imagina, protagonizadas pelo Barão. Eu recomendo esse para crianças maiorzinhas.
O Reino dos Gatos (Neko no Ongaeshi, 2002)
Dirigido por Hiroyuki Morita. Haru, uma garota tímida, salva um estranho gato carregando um presente na boca de ser atropelado. Ela só não esperava que o gato ficasse em pé e agradecesse a ela! Na mesma noite ela recebe a visita do rei do País dos Gatos, que agradece por ela ter salvado seu filho, o príncipe. Como recompensa ela é convidada a visitar ser reino e lhe é oferecida a mão do príncipe em casamento, e os gatos não aceitam um não como resposta. O “detalhe” de ela ser humana é facilmente resolvido: ela começa a se transformar numa gata! Ela é ajudada pelo Barão, o mesmo personagem do filme anterior.
A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi, 2001)
O filme que deu o Oscar de Melhor Longa de Animação à Miyazaki em 2002. Chihiro, uma garotinha de dez anos está viajando para sua nova casa com seus pais, que sem querer erram o caminho e vão parar no mundo dos espíritos. Após seus pais virarem porcos, ela começa a trabalhar para a bruxa Yubaba enquanto tenta encontrar um modo de reverter o feitiço e voltar pra casa. Mas as coisas nem de longe serão simples.
O Castelo Animado (Hauru no Ugoku Shiro, 2004)
Baseado no livro homônimo de Diana Wynne Jones. Sophie é uma vendedora de chapéus de 18 anos ranzinza e mal humorada é amaldiçoada pela Bruxa das Terras Desoladas, a transformando numa velha de mais de 90 anos. Ela então parte em busca de uma forma de voltar ao normal e vai parar no castelo andante do mago Howl, onde o demônio do fogo Calcifer (que alimenta o castelo com suas chamas) promete ajuda-la se ela encontrar uma forma de libertá-lo de sua condição. Nisso estoura uma guerra entre seu país e o reino vizinho, e o covarde Howl é requisitado para tomar parte, e ele acaba envolvendo a pobre garota/velha na história.
Na parte 2, virão mais seis filmes do estúdio. Até lá! 🙂