Quando lançou Superman, em 1978, meu pai só me levou ao cinema depois que ele foi, pois todos falavam que era um pouco violento e tal. Bem, repeti a mesma coisa com o Padawan. Fui na estreia do Homem de Aço, que foi na sexta, dia 12/07, e o levei do domingo, dia 14/07.
O que eu achei do filme? Uma linda e emocionante adaptação do ex- Escoteiro da América (cuidado, pode conter Spoilers).
O Homem de Aço, de Zack Snyder, é um reboot. Vamos ver uma Krypton violenta, a fuga de Kal-El para Terra, o crescimento do Clark Kent em Smallville e a sua revelação para o mundo. Tudo como deve ser no filme do Homem de Aço. Porém, mais que uma uma história linear, O Homem de Aço mostra algo que me cativou e me fez chorar algumas vezes (não só eu, com a Fá também): a relação do Kal-El/Clark Kent com os seus pais, Jor-El e Lara e o Jonathan Kent e a Martha Kent.
Kal-El é o Homem de Aço por causa dos seus pais, tanto o biológico como o adotivo. Jor-El, um cientista em Krypton, ao saber que o seu mundo iria acabar, colocou seu recém-nascido filho em uma cápsula, para que ele possa ter uma oportunidade de sobreviver. E não foi só isso. Como todos os pais, e eu me incluo nisso, queremos o melhor para os nossos Padawans. Queremos que eles tenham uma vida plena e o treinamos justamente para que ele possa fazer fantásticas realizações. O Jor-El ali, interpretado pelo Russell Crowe, é justamente a personificação do pai que zela e quer que o filho tenha um futuro brilhante. Igual a milhões de pais.
Já o Jonathan Kent é um fazendeiro. Um homem simples, que não sabe fazer outra coisa a não ser plantar. Ele e a Martha Kent criam o filho adotivo, o Clark Kent, de uma forma plena: sempre presentes e companheiros. Porém ele tem um cuidado extremo de proteger o filho de Krypton do mundo. Jonathan tem medo, e eu teria também, que os poderes do seu filho fossem descobertos e que tirassem o Clark deles. Mas o sentimento deles não é apenas esse, de perder o seu único filho. Eles acreditam que o Clark Kent veio enviado para cá por algo maior. Algo que irá fazer a diferença nesse mundo. E a responsabilidade deles, como pais, é que Clark saiba disso e, o mais importante, que use esses poderes para o bem. Ou não, pois deixam o Clark livre para decidir isso.
O Mito do Herói, com sempre, é usado e abusado em Homem de Aço
Clark cresce, conhece o mundo e se torna o Homem de Aço em um momento de crise na Terra: uma invasão alienígena liderada pelo Zod, conterrâneo dele, que veio para a Terra para vingar-se do filho de Jor-El e, de quebra, destruir o planeta.
Começa o mito do herói. Kar-El se entrega aos militares e, lutas depois, torna-se um aliado e consegue salvar o planeta Terra. No percurso, muita destruição e mortes. Se esse filme fosse passado em 1978, meu pai certamente não iria me levar. O final, que certamente tirou o status de Escoteiro da América do Kar-El, foi justo. Decisões morais precisaram ser tomadas naquele momento. O Paladino da Justiça que conhecemos, morreu ali também. É um ruptura que chocou muitos, inclusive o Kal-El. Mas nesse momento a frase do Jor-El me veio a mente: “Kal-El, você é uma ponte entre dois mundos”. De Krypton ele herdou os poderes e da terra os valores. O Homem de Aço é mais humano do que Kryptoniano e em uma das brigas que ele tem com seus conterrâneos, isso é levado em consideração, pois acusam o Kal-El de ter valores morais, algo que o deixa mais fraco. E isso, na verdade, é o que deixa mais forte, pois medidas desesperadas e violentas são tomadas para preservar isso.
Algo que me incomodou um pouco foram as referências cristãs no filme. Os criadores do Superman, Joe Shuster e Jerry Siegel, eram Judeus e usaram como referência a história de Moises, do Velho Testamento. Snyder colocou 03 referências fortíssimas do cristianismo no Homem de Aço: Clark confessando com um Padre católico, ao fazer uma posição de crucificação e a sua idade, 33 anos. Sim, a ideia aqui é usar esses símbolos, do Novo Testamento, para mostrar que Kar-El é um salvado, como Jesus foi para os cristãos. Porém achei um pouco apelativo. Não precisava disso.
O filme de buracos? Vários. Principalmente o que envolve a identidade secreta do Superman. Lois Lane, que adorei a interpretação da Amy Adams, descobre que o Clark é o Homem de Aço. Ok, ok, quem conhece os quadrinhos sabe que isso já ocorreu. Mas aqui foi rápido demais. Pode ter sido uma boa ideia pois ele tem uma aliada forte e confiável. E fora que já rolou até beijo entre eles, então…
No filme, falam o nome Superman a mesma quantidade de vezes que escrevi nesse texto
A trilha sonora achei repetitiva, mas funciona. Claro que em algumas cenas eu cantarolava a trilha do John Williams. E acredito que muitos também fizeram isso, mas não tenho que reclamar da trilha sonora feita pelo Hans Zimmer.
O Homem de Aço me deu de presente cenas lindas dos pais de Clark. Impossível um pai ou filho não se emocionarem com essas cenas de carinho, ternura, cumplicidade e amor. Se você não gostar do que viu, essas cenas fazem você ver um lado maravilhoso da história. Acredite.
Bem, agora é esperar e ver como será a continuação do Homem de Aço. Henry Cavil, o ator que fez o Homem de Aço, foi perfeito. Convenceu em todas suas cenas, sem exceção, e espero ver logo mais dele nas telas.
Alias, o Padawan amou. Até com fantasia ele foi 😉