Aqui em casa, o Padawan começou o tratamento com hormônio do crescimento (GH) em novembro de 2024. Desde então, a rotina ganhou uma nova camada: toda noite, antes de dormir, ele mesmo aplica sua injeção. É uma dose de 0,40 ml que preparamos com cuidado, eu ou a Fá. A agulha é fininha, praticamente indolor, e o mais impressionante é como ele encarou tudo com maturidade. Os resultados já estão aparecendo.
Mas muita gente ainda tem dúvidas, e receios, sobre o GH. Afinal, o que é esse tal hormônio do crescimento? Quando ele é realmente necessário? Pode causar efeitos colaterais? E por que tem crianças tomando algo que outras nem ouviram falar?
Vamos por partes.
O GH, do inglês Growth Hormone, é um hormônio produzido naturalmente pela hipófise e essencial para o desenvolvimento físico das crianças. Em alguns casos, o corpo simplesmente não produz o suficiente, e aí entra o tratamento medicamentoso, sempre com prescrição e acompanhamento de um endocrinologista pediátrico.
O GH só deve ser usado quando há uma deficiência comprovada, diagnosticada por exames e análise da curva de crescimento da criança. Não é para “ficar mais alto”, nem uma fórmula mágica para crescer. E o uso sem necessidade pode trazer riscos reais: crescimento desproporcional, alterações metabólicas, problemas articulares e até cardiovasculares.

No caso do nosso filho, o tratamento também inclui o uso de anastrozol, um medicamento que ajuda a retardar o fechamento das cartilagens de crescimento. Esse remédio é mais comum em meninos e precisa de acompanhamento muito criterioso, porque mexe diretamente no equilíbrio hormonal. Outro ponto importante é que toda a medicação precisa ser mantida refrigerada, então quando viajamos ou ele dorme na casa de amigos, levamos a injeção pronta em um pequeno cooler.
Muita gente também pergunta sobre suplementos, como o zinco. A resposta curta: só se houver necessidade comprovada. Zinco é importante, sim, mas em excesso pode causar efeitos contrários. Por isso, nada de sair dando por conta própria.
Reforçando: Cada criança tem seu tempo.
Nem toda estatura mais baixa significa problema. Algumas só vão “disparar” mais tarde. Se você desconfia que algo está fora do padrão, o caminho certo é buscar um endocrinologista pediátrico. Sem pressa, sem desespero e, por favor, sem atalhos.
Essa jornada aqui tem sido de aprendizado, disciplina e cuidado. E acima de tudo, com muita informação de qualidade. Porque saúde não combina com achismo.