Lego lança Death Star de US$ 1.000 e 9 mil peças

Lego lança Death Star de US$ 1.000 e 9 mil peças

O dia chegou. A Lego decidiu testar até onde vai o limite do nosso cartão de crédito e anunciou o Death Star Ultimate Collector Series por singelos US$ 999,99 (cerca de R$ 5.700, dependndo do humor do dólar). São mais de 9 mil peças, 38 minifiguras e um diorama vertical da Estrela da Morte. A pergunta é: será que vale a pena ou estamos diante do brinquedo mais caro já lançado para adultos nostálgicos?

O que torna esse set tão especial?

A Lego já tinha lançado versões da Estrela da Morte antes, mas essa é diferente. Em vez da clássica esfera gigante que ocupa uma mesa inteira, a nova aposta é um formato vertical de diorama, com seis níveis conectados por um turbolift funcional. Ou seja, é possível ver todas as cenas icônicas de Star Wars de uma só vez, sem precisar girar a bola como se fosse um globo de escola.

O set recria momentos como:

  • O duelo final entre Luke e Vader
  • A fuga pelo compactador de lixo
  • A cena do trono do Imperador
  • Obi-Wan desligando o tractor beam
  • Luke e Leia se balançando sobre um abismo

E, claro, tem easter egg. Um stormtrooper relaxando em uma banheira de hidromassagem, referência direta aos videogames Lego Star Wars.

Arraste para ver mais fotos do set:

Por que a Lego aposta em adultos?

Esse lançamento não é só sobre Star Wars. É sobre entender que adultos são hoje o maior público de Lego. Segundo o Wall Street Journal, cerca de 15% dos sets da marca já são pensados diretamente para adultos. Estamos falando de gente que paga US$ 850 pelo Millennium Falcon ou US$ 680 pelo Titanic.

A Lego descobriu uma mina de ouro no mercado dos chamados “kidults”, ou seja, adultos com dinheiro, nostalgia e espaço para decorar a sala com peças que custam mais que um sofá. A Fortune estima que esse mercado de Lego adulto movimenta cerca de US$ 10 bilhões por ano, e a empresa vem batendo recordes de receita justamente por apostar nesse público.

Construir virou uma forma de desestressar, quaes como meditação. A diferença é que, em vez de incensos, você tem blocos de plástico e a satisfação de montar sua própria Death Star para exibir na estante.

O tamanho e os detalhes impressionam

O set tem 9.023 peças e chega a 52 cm de altura, o que significa que, se você mora em apartamento pequeno, vai precisar escolher entre expor o Lego ou ter uma TV grande na sala. São 38 minifiguras, incluindo várias versões de Luke e Han, porque ninguém nunca se cansa de um Luke Skywalker novo.

Diferente das Death Stars esféricas anteriores, esse modelo em “fatia vertical” é mais estratégico: ocupa menos espaço e facilita a exibição em prateleiras. É quase como se a Lego tivesse pensado: “Ok, eles já vão gastar um rim, então pelo menos não precisam trocar todos os móveis da casa”.

O preço dói mais que um golpe de sabre de luz

Vamos encarar a realidade: US$ 1.000 por um brinquedo de plástico é uma agressão direta à sanidade financeira. É o tipo de valor que te faz pensar se não seria mais inteligente investir em um curso online, uma viagem ou pagar umas contas atrasadas. Mas a Lego sabe que colecionadores e fãs hardcore de Star Wars vão pagar.

E pior, vão pagar sorrindo. Porque esse não é só um brinquedo. É um símbolo de status geek. Quem tiver esse set em casa pode abrir visitas com um discurso do tipo: “Ah, sim, esse aqui é meu Death Star UCS, demorou duas semanas para montar”.

E todos vão fingir que não estão fazendo contas mentais de quantos boletos você deixou de pagar para ter esse privilégio.

Estratégia de lançamento

O set chega primeiro para membros do programa Lego Insiders em 1º de outubro de 2025. Para o público geral, mais conhecidos como “Rebel Scum”, o lançamento será no dia 4 de outubro. Os primeiros compradores ainda levam de brinde um mini set promocional de TIE Fighter.

E, para os otimistas, existe até a chance de ganhar uma unidade por apenas 50 pontos de recompensa. O que parece uma boa ideia até você lembrar que precisa gastar o equivalente a outro rim em produtos Lego para acumular pontos suficientes.

O impacto no mercado de colecionáveis

Esse lançamento reforça uma tendência: a Lego está menos interessada em competir com brinquedos infantis e mais preocupada em disputar espaço com itens de colecionismo premium. A Death Star de US$ 1.000 não é só um produto, é um teste de limites.

Até onde os fãs estão dispostos a ir? Quanto custa, de fato, a nostalgia? E será que, em breve, veremos sets de US$ 1.500 ou US$ 2.000 sendo vendidos com a mesma naturalidade que compramos um videogame?

O que já sabemos é que a Lego vem colhendo resultados positivos. A empresa superou a indústria tradicional de brinquedos porque conseguiu transformar pecas de plástico em objetos de desejo para adultos.

A pergunta é: até quando?

Vale a pena?

Se você é fã de Star Wars, tem dinheiro sobrando e espaço em casa, a resposta é sim. Este set vai ser o centro das atenções da sua coleção, um verdadeiro monumento nerd.

Se você é fã, mas está no modo “vida real”, talvez seja melhor admirar pelas fotos oficiais e vídeos de unboxing no YouTube. Afinal, nostalgia é linda, mas boletos vencidos não desaparecem com a Força.

Conclusão

Lego Death Star Ultimate Collector Series é o maior, mais detalhado e mais caro set da história da marca. Ele é ao mesmo tempo um sonho e um pesadelo: o sonho de todo fã que sempre quis recriar a saga com detalhes minuciosos e o pesadelo de toda conta bancária que não está preparada para esse ataque imperial.

A Lego entendeu que adultos são o futuro da marca. E esse futuro vem com etiqueta de preço em galáxias bem, bem distantes da nossa realidade.