Todos tem amigos, e até amigas, que gostam de mostrar que o filhão é pegador, mesmo o moleque tendo uns quatro anos de idade. “Olha lá, o moleque já gosta da fruta! Olha o abraço que ele dá na amiguinha”, diz João Das Neves, pai do Drogon, um garoto de 4 anos de idade.

A questões é que esse tipo de conduta dos pais se torna problemático por volta dos cinco anos, porque é quando as crianças começam a lembrar das interações com os pais e a internalizar detalhes das conversas. Quando você diz a uma criança de cinco anos que sua amiga(o) é sua namorada(o) ou coisa do tipo, ele irá te escutar e processar essa mensagem – para melhor ou para pior – e ela transmite que essas são as normas esperadas da parceria, conforme diz a psicoterapeuta Dana Dorfman.

Mas será que condicionar as normas esperadas de uma parceria/parceiro é o pior que os pais podem fazer? SPOILER: NÃO!

Os pais que projetam sentimentos românticos nas amizades das crianças em idade escolar podem causar problemas para futuros relacionamentos, adverte a psicóloga Roseanne Lesack. Quando os meninos provocam, maltratam e até machucam as meninas, muitas vezes os pais respondem que “ele tem uma queda por ela” e acabam normalizando os comportamentos abusivos e, ainda, enviam a mensagem de que os meninos machucam as meninas de que gostam.

Para os meninos, reforça a ideia de que, se eu gosto de uma garota, devo ser malvado com ela. E diz às garotas que é bom para os garotos serem maus porque gostam de você “, disse Lesack à Fatherly.

Ao concordamos que nossos filhos brinquem de puxar cabelo de uma menina, por exemplo, estamos acenando que a violência é um sinal de afeto. Nós, pais e mães, estamos normalizando, lá na infância, a violência doméstica e o abuso.

Para completar, quando os pais e mães brincam dessa forma com os filhos e filhas sobre seus namoradinhos, eles acabam envergonhando seus Padawans. Mas o papel dos pais é envergonharem seus filhos, alguns dizem. Bem, o resultado disso é que quando eles precisarem conversar conosco sobre seus sentimentos e emoções, eles optaram em conversar com outras pessoas.

A coisa mais importante é ter uma linha aberta de comunicação, não colocar suas expectativas em seus filhos e realmente ser atencioso sobre como você está se aproximando de seus filhos e filhas para que eles possam se sentir confortáveis ??conversando com você

Roseanne Lesack – Psicóloga

Se você está provocando seu filho e filha sobre gostar de alguém, quando eles realmente se estiverem gostando de alguém, eles não vão falar com você.

Eu não quero isso. Você quer?

Fica a dica para os pais e mães. O ciclo da violência doméstica pode começar com piadinhas e comportamentos que achamos inofensivos. Precisamos parar com isso, principalmente se temos filhos, para que as mulheres e nossas filhas tenham um futuro melhor.

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