Um ponto fora da curva. Assim foi a novela Avenida Brasil. A novela da Rede Globo parou o país como há muito não acontecia, exatamente há um ano atrás. E esse tal fato foi, de verdade, um ponto fora de curva…
Ano após ano a televisão sofre duros golpes de vários setores da mídia. O principal deles, porém, é a mídia eletrônica da qual, ironicamente, faz parte. O vilão disso tudo? O computador e as possibilidades que ele trás .
O vilão? O computador e as possibilidades que ele trás
Já pensou a imensidão de coisas que você pode fazer com um computador? Você pode, por exemplo, jogar poker pela internet, assistir filmes no Netflix, ler notícias no próprio site da globo, o G1. Em outras palavras, muitas coisas que você pode fazer com uma televisão são também possíveis no computador: video-game, notícias, entretenimento. E este último justamente quando você quiser, on demand.
Para ilustrar o quão grave está a situação do veículo tv aberta, veja os gráficos abaixo, postados na Folha de São Paulo pelo jornalista Ricardo Feltrin.
A televisão é um veículo de oferta, não de demanda
Veja que apenas a “Novela 3” (Avenida Brasil) teve um aumento de audiência em relação ao ano anterior. Todos os outros produtos – principalmente os jornalísticos – tiveram quedas relevantes em relação a 2011. O Esporte Espetacular, por exemplo, despencou 10% em relação ao ano anterior. Também, pudera: o noticioso de domingos da Rede Globo, trata de esportes além do Futebol (que são muito melhor cobertos na internet em sites de nicho). Em outras palavras, o principal responsável pela queda é justamente a internet. Por quê? Bom, é preferível ler sobre seu esporte favorito a qualquer momento do dia ou acordar mais cedo no domingo de manhã? A resposta é bastante simples portanto.
A principal perda da televisão é o que a limita. É um veículo de oferta, não de demanda. O telespectador tem que assistir quando estiver passando – não quando ele tem tempo, quando ele quer. É aí que a televisão apanha e apanha feio: contra o NetFlix e outros streamings, como o Hulu nos Estados Unidos. O NetFlix anunciou que há cerca de 30 milhòes de assinantes nos EUA – em nosso país não há dados, embora a empresa tenha anunciado que a cada mês a base de assinantes só aumenta.
Não dá para afirmar, porém que a TV como conhecemos está absolutamente fadada ao fracasso
O efeito NetFlix também é catastrófico na TV por assinatura; considerando que muitos filmes são repetidos na tv a cabo (Quero Ficar com Polly, por exemplo, já chegou a ser transmitido ao mesmo tempo por dois canais diferentes), o assinante começa a pensar em alternativas às repetições infinitas e comerciais da Polishop ou de férias em Miami a cada 3 minutos de filme.
Não dá para afirmar, concluindo, que a TV como conhecemos está absolutamente fadada ao fracasso. Ainda há muitas pessoas que preferem assistir ao Jornal Nacional do que acompanhar as notícias por sites da internet, por exemplo. De toda sorte, é nítido que a televisão perde mercado a cada dia que passa. Resta apenas saber quando essa perda acabará – e se ela acabará com a televisão.