Esse é um relato que aconteceu com uma pessoa próxima à minha família. Não estou defendendo nenhum tipo de parto, pois essa escolha tem de ser individual e SEMPRE da mulher. Minha intenção é mostrar que o extremismo é nocivo e pode acabar com uma família.

Maria descobriu que seria mãe. Felicidade essa que milhares de famílias passam todos os dias.

Maria então começou a pensar em tudo para receber o novo membro da família. E um dos pontos mais importantes para ela era como essa criança viria ao mundo.

Maria consultou vários obstetras e estava decidida que faria um parto normal e ia se preparar para isso.

Maria acreditava que o parto normal é a melhor opção! E ela não estava errada.

Maria começou a frequentar vários grupos na Internet sobre parto normal, parto humanizado, parto domiciliar e a cada dia que passava tinha certeza que estava no caminho certo.

Maria se assustava às vezes em alguns grupos, pois várias mães que tiveram o privilégio de terem tido parto normal tratavam aquelas que tiveram cesáreas como pessoas não prontas para a maternidade. Ela percebeu que muitas ali implantam o medo para conscientizar. 

Mas a Maria sabia que não seria o caso dela, pois tudo estava evoluindo muito bem para o seu sonho de ter um parto normal.

Maria acordou com dores e percebeu que a bolsa rompeu. Chegou o grande dia da Maria.

Maria foi ao hospital e se preparava para a chegada do sua amado filho. E estava focada para o parto normal! Ora, ela não queria que falassem que ela era uma mãe que não estava pronta para a maternidade.

Maria iniciou o trabalho de parto. Porém estava com pouca dilatação e o exame preliminar do obstetra acusou desproporção cefalo pélvica. O seu bebê não passaria pelo canal.

Maria queria por que queria parto normal! Ficou nervosa e chorava sem parar! Ela queria ser uma mãe e para ela parto normal iria proporcionar isso a ela.

O obstetra com a sua equipe decidiram que seria por cesárea, pois a espera estava gerando perda da vitalidade fetal. E a Maria e seu marido não tinham razões de duvidar do obstetra. Ele era da família.

Maria foi anestesiada, aos choros, para que seu filho pudesse nascer.

Seu filho nasceu forte e lindo!

Maria, triste, olhou seu filho, pediu desculpas e disse que não seria uma boa mãe.

Maria ainda teve pouco leite e não conseguiu amamentar seu filho.

O que era para ser o dia mais feliz da vida de Maria, tornou-se o dia que Maria não foi mãe.

Maria se sentia fracassada.

Maria se sentia frustrada

Maria se sentia envergonhada.

Como ela iria ver suas amigas e a turma dos fóruns na Internet se ela falhou em ser mãe?

Maria não se considerava mãe. Maria não sabia o que era ser mãe.

Até que…..

Do quarto ao lado, em sua casa, um bebê chorava.

Esse bebê não  queria saber como ele veio ao mundo.

O que o bebê queria era ser aquecido e ser amado pela sua mãe.

E aí Maria foi resgatada e percebeu que as necessidades do seu filho são absurdamente maiores que as necessidades dela.

O filho de Maria estava ali, lindo e sadio, esperando para ser educado e amado. E isso ela sabia que seria possível fazer.

Nesse momento Maria se tornou mãe e tudo que ela passou ficou no esquecimento.

Hoje são impostas regras e condutas que acabam destruindo muitas famílias.

Hoje várias Marias querem algo apenas para se sentirem que pertencem a um grupo.

Hoje várias Marias se tornam egoístas e só pensam em suas necessidades.

Marias que estão lendo isso, saibam que a única coisa que farão vocês serem mães é o amor, e não a forma que seus filhos estão vindo ao mundo.

Parto Normal.

Parto Humanizado.

Parto Domiciliar.

Cesárea.

Nenhuma forma é errada ou te deixa menos mãe.

Uma mulher não é menos ou mais mãe porque pariu. Se for assim, criança adotada não é amada?

Lembre-se disso.

Marias, sintam-se orgulhosas de criarem vidas! E isso é o mais puro amor que existe.

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Como disse, fiz esse texto pois conheci uma Maria. O parto se tornou mais importante que o próprio bebê. Já disse aqui nesse outro post,  converse MUITO com o seu obstetra e deixe claro o que você quer!

Sabemos que existem médicos que não fazem parto normal e tal, e por isso transparência é a coisa mais importante que existe. Sei que muitas pessoas lutam contra os números altíssimos de cesáreas e concordo com essa luta. Porém quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti – Friedrich Nietzsche

Vamos lutar sem extremismos e sem usar o medo para conscientizar. Vou deixar os comentários abertos. Porém qualquer ataque ao autor será apagado e a pessoa banida. Coloque seu ponto de vista e vamos criar um ambiente sadio para discussões, pois se entrar radicais de partos aqui que não sabem conversar, não terá vez em meu blog.