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25/05/12

De iPads, Wikipedia, Douglas Adams e galinheiros

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Colaborador Nerd

Pense num pequeno computador do tamanho de uma revista de variedades, com uma tela e poucos botões. Imagine que esse aparelho disponibilizasse todo o conhecimento do universo a quem quer que fosse, e que seus verbetes pudessem ser atualizados através de uma rede por qualquer um. Obviamente você vai pensar no iPad, certo?

Errado, pois ele foi inventado em 1978.

O Guia do Mochileiro das Galáxias, originalmente um programa de rádio que virou uma trilogia de quatro livros (que, por mero acaso, são cinco), contava as desventuras de Arthur Dent, o humano mais histérico que se tem notícia (até porque ele é o último humano e, além disso, é inglês), tentando se encaixar no universo após a Terra ter ido, literalmente, pelos ares. E a genialidade desse livro, tão hilariamente delicioso e relevante se deve à visão de futuro acidental (mas nem por isso fantasiosa) de seu autor, Douglas Neal Adams.

De iPads, Wikipedia, Douglas Adams e galinheiros

O que torna os livros tão apaixonantes não é (apenas) seu humor ácido e contundente, mas o alicerce firme na ciência. Assuntos comuns à física quântica ou biologia foram muito bem descritos e vestidos com irreverência, o  que torna a leitura agradável para leigos mas muito mais rica para quem entende do assunto. Como se não bastasse, muito do que foi descrito na série é utilizado por nós hoje.

Por exemplo: não há como hoje imaginar no Guia em si sem pensar nisso aqui:

De iPads, Wikipedia, Douglas Adams e galinheiros 02Não só iPads e tablets, o próprio conceito de repositório colaborativo para o conhecimento que se tornou o Wikipedia foi previsto por ele (Isaac Asimov também o fez de forma mais ampla, mas isso é assunto para outro post). Em seu livro “How to stop worrying and learn to love the internet”, Douglas Adams diz que a comunicação ficará mais interativa e teremos mais modos de falar com as pessoas. Hoje, o que não falta é opção para se comunicar. E não esqueçamos do Babel Fish, que inspira diversos apps de tradução em tempo real, como o Google Translate, que ajuda a derrubar uma das mais complexas barreiras na comunicação, a língua.

Mas Adams se consagrou mesmo como escritor de humor. Não só d’O Guia, mas de muitas esquetes para televisão, inclusive para o antológico Monty Python Flying Circus (ele aparece em dois episódios, um deles, ironicamente, o 42, quatro anos antes do programa de rádio estrear). Além disso era músico, e um dos poucos que podia se gabar dizendo “eu toquei com o Pink Floyd” (só há registro do áudio):


Além disso, Adams era aficcionado pela Apple. Foi o primeiro britânico a comprar um Mac, em 1984. Fez um videoclipe usando uma das primeiras versões do iMovie, filmando sua filha Polly (que nasceu quando ele tinha… 42 anos). No prefácio d’O Guia do Mochileiro, Bradley Greive descreve que Adams “provavelmente possuiu e usou mais computadores da marca Apple do que qualquer outra pessoa, a não ser talvez o próprio Steve Jobs”. E ainda era um “Apple Master”, um representante oficial da empresa no meio artístico.

Ativista ambiental, Adams junto com Mark Cawardine criou um documentário para a rádio BBC chamado “Last Chance to See”, em que ambos viajavam para diversos lugares em busca das mais ameaçadas espécies do planeta.

Douglas Adams, escritor, futurólogo, applemaníaco, ativista e “limpador de galinheiros e guarda-costas de família governante de Qatar (citação real!)”, nos deixou em 11 de maio de 2001, de uma forma tão irônica que parece passagem de um de seus livros: enquanto descansava após fazer exercícios em sua academia particular, teve um ataque fulminante e morreu.

Richard Dawkins dedicou seu livro “Deus, um Delírio” a ele, com as palavras: “A Ciência perdeu um amigo, a literatura perdeu um astro, o gorila-das-montanhas e o rinoceronte negro perderam um galante defensor”.

Eu já acredito que Adams se antecipou aos golfinhos e se pirulitou, pegando carona com Zaphod Beeblebrox. Afinal, se ele sabia a pergunta para A Resposta para a Vida, o Universo e Tudo o Mais (e ninguém entendeu, obrigando-o a explicar a piada), ele ia ficar aqui marcando touca a troco de quê?

Godspeed Mr. Adams, e espero que não tenha esquecido sua toalha. 🙂

24/05/12

25 de Maio – Dia da Toalha

> Autor: Jorge Freire > Categoria: Ilustração

25 de maio comemoramos o Dia da Toalha. Você sabe a razão? Sabe porque a toalha é um símbolo tão importante na cultura Nerd e, principalmente, sabe para que serve uma toalha?

Esse infográfico irá sanar todas as dúvidas sobre a razão que o dia 25 de maio é o Dia da Toalha.

25 de Maio - Dia da Toalha Dia do orgulho nerd

“A toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; Pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas do rio Moth;

Pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (um animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você – estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); Você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro;

E naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa.

Porém o mais importante é o imenso valor psicológico da toalha. Por algum motivo, quando um estrito (isto é, um não-mochileiro) descobre que um mochileiro tem uma toalha, ele automaticamente conclui que ele tem também escova de dentes, esponja, sabonete, lata de biscoitos, garrafinha de aguardente, bússola, mapa, barbante, repelente, capa de chuva, traje espacial, etc., etc.

Além disso, o estrito terá prazer em emprestar ao mochileiro qualquer um desses objetos, ou muitos outros, que o mochileiro por acaso tenha “acidentalmente perdido”. O que o estrito vai pensar é que, se um sujeito é capaz de rodar por toda a Galáxia, acampar, pedir carona, lutar contra terríveis obstáculos, dar a volta por cima e ainda assim saber onde está sua toalha, esse sujeito claramente merece respeito”.

E saiba mais sobre esse dia aqui