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01/08/13

Pica-Pau, o mestre da formação de caráter

> Autor: Jorge Freire > Categoria: Humor

Comecei a mostrar os desenhos do Pica-Pau para o Padawan. Considero esse desenho como um dos maiores responsáveis por formar o meu caráter. Um exemplo? O Pica-Pau não ganha todas e precisa rir, mesmo que não queira, quando sai perdendo.

Esse pai aí embaixo usa exemplarmente as técnicas do Campephilus Robustus para domar o seu Padawan. Confira:

Via

20/02/13

O que aconteceu com a música clássica nos desenhos animados?

> Autor: Ronaldo Gogoni > Categoria: Desenho Animado, Música

Hoje em dia eu quase não assisto mais TV. Não tenho mais aquele ritual de me sentar na sala e ligar o aparelho, por esse motivo sequer tenho TV por assinatura, seria desperdício de dinheiro. Mas esses dias parei para assistir alguns desenhos infantis recentes. E todos, sem exceção, eram pontuados por músicas agitadas. Foi então que eu percebi que,  dos cartoons que acompanhava na infância, quase todos tinham música clássica em suas trilhas, isso quando não haviam episódios com recitais e óperas.

PERNALONGA - LEOPOLDO
Leopoldo!

Eu fui basicamente apresentado à música clássica pelos desenhos, como tantos outros da minha geração. Não que as animações de hoje não sejam boas (Hora de Aventura é tão lisérgico quanto sensacional), mas eu fico com a estranha sensação de que algo está faltando. O Nerd Pai já mencionou isso anteriormente, e reforço sua opinião: se os pais não escutam música clássica hoje, os Jovens Padawans não terão a oportunidade de conhecer esse gênero tão rico. Fora que a música é de tal forma introduzida que se torna intrínseca à ação do desenho.

Pulando os episódios de Tom & Jerry da Hanna-Barbera produzidos durante os anos 40, que eram totalmente orquestrados, vamos relembrar alguns desenhos que entraram para a história, todos com execuções de obras de grandes mestres da música clássica:

“What’s Opera, Doc?” (1957)

Dirigido pelo mago Chuck Jones, o episódio mostra Pernalonga infernizando a vida do Hortelino como sempre, ao som de várias das óperas de Richard Wagner, em especial do chamado “Ciclo do Anel”: as quatro que compõem a epopéia “Der Ring des Nibelungen”. Há tambem trechos de outra ópera de Wagner, “Tannhäuser”. Apenas foi eleito pela crítica o melhor desenho animado de todos os tempos.

“Long-Haired Hare” (1949)

Outro do Pernalonga, outro de Chuck Jones. O coelho resolve se vingar do barítono Giovanni Jones (trocadilho com o nome do diretor) por ter interrompido sua cantoria. O fato dele próprio estar atrapalhando os ensaios de Jones é irrelevante. 🙂 Nesse episódio são executadas as obras “Largo al factotum” da ópera de Rossini “O Barbeiro de Sevilha”; a ária “Chi Mi Frena In Tal Momento” de “Lucia di Lammermoor”, de Gaetano Donizetti; o segundo tema do prelúdio do 3º ato de “Lohengrin” de Wagner, a abertura de “Die schöne Galathee” de Franz von Suppé, além das canções que o coelho toca no início da história. O ponto alto do episódio é quando Pernalonga se disfarça do grande maestro Leopold Stokowski, imitando inclusive seu costume de reger a orquestra sem batuta. O trecho inicial em que Jones espanca o Pernalonga de várias maneiras (além da sequência em que ele se traveste e pede um autógrafo com uma caneta de TNT) foi cortado em exibições atuais, tirando o sentido do desenho em si.

“Tom & Jerry in the Hollywood Bowl” (1950)

Esse é da dupla Hanna-Barbera. Tom é um maestro que está conduzindo a abertura da ópera “Die Fledermaus” de Johann Strauss II (houveram três Johann Strauss, pai, filho e neto, mas o terceiro é sobrinho do segundo; Strauss II é o mais conhecido, o chamado “Rei da Valsa” que compôs Danúbio Azul). Jerry tenta tomar parte na apresentação e como é constantemente sabotado por Tom, resolve “tocar” (hehe) o terror.

“Carmen Get It!” (1962)

Outro de Tom & Jerry, dessa vez dirigido por Gene Deitch. Tom persegue Jerry até o Metropolitan Opera House, mas é barrado pelo segurança. Ele então se disfarça de músico e se enfia na orquestra, inicialmente tentando atrair Jerry com um violino automático (com essência de queijo) até novamente bancar o maestro, dessa vez regendo a ópera “Carmen” de Bizet. A sequência em que Jerry controla formigas para formarem as notas na partitura (para desespero de Tom) é espetacular.

“The Barber of Seville” (1944)

Esse clássico do Pica-Pau foi dirigido por James Culhane. Nosso amigo vai até a barbearia de Tony Figaro, porém o mesmo não se encontra (estava servindo na 2ª Guerra). Pica-Pau resolve então assumir o comando do local, ou seja, sai de baixo! O arco principal se dá quando um operário pede uma “limpeza geral”, daí ele encarna seu lado “pirado” e começa a torturar o pobre cliente enquanto canta a “Largo al factotum” de Rossini.

“Musical Miniatures – Musical Moments from Chopin” (1947)

Dirigido por Dick Lundy. Miniaturas Musicais foi uma série de seis episódios onde os personagens de Walter Lantz executavam obras clássicas. Este episódio é, na minha modesta opinião, o melhor de todos os listados neste post, e ironicamente o único que não apresenta uma ópera, mas peças de um dos maiores compositores da história: Frédéric Chopin. Andy Panda está executando um recital para os animais da fazenda, até que o Pica-Pau resolve fazer parte do musical. A coisa degringola quando um cavalo bêbado toca fogo no celeiro. Dentre as obras, uma das melhores é a que abre o desenho, a Opus 40 No. 1: Polonesa em La maior “Militar”, executada a quatro mãos por Pica-Pau e Andy Panda, fazendo referência ao filme de 1945 “A Song to Remember”, onde Chopin toca esta Opus em parceria com outro gênio da música, o então jovem Franz Listz. Aliás, o desenho inteiro foi inspirado nesse filme, conhecido por aqui com o nome de “À Noite Sonhamos”.

Deixei vários de fora, mas se lembrarem de mais algum, deixem aí nos comentários. 🙂

19/10/09

Colaptes Campestres x Backyardigans

> Autor: Jorge Freire > Categoria: Opinião

Quando criança, eu não tinha TV a Cabo. Isso não era “desprivilégio” meu . É que não existia mesmo. A televisão possuía poucos canais. Lembro bem quando o  SBT estreou (tinha o nome de TVS). Foi uma festa! Canal novo, novas opções de programas, etc, etc. Mas apenas alguns desenhos novos e só. Nada mudou. Continuaria a ver Pica-Pau todos os dias, Domingo no Parque, com o SS  e Os Trapalhões no domingo. Não entendam errado: eu gostava destes programas. E MUITO. Creio que até que a base da minha educação e formação moral foi dada pelo Colaptes Campestres, A.K.A., Pica Pau.

Hoje em dia, meu filho(não sei o sexo ainda, mas usarei filho para ficar mais fácil,ok?)  terá uma opção ENORME de programas para assistir. E digo mais, programas de qualidade pedagógica, que ensinam a dar bom dia, boa tarde, obrigado, de nada, por favor, a comer vegetais, blá, blá, blá….
Nesse momento, escrevendo isso, me dá um certo medo. Não somos nós, PAIS, que devemos ensinar isso à nossa cria? A televisão com seus 146 e 1/2  canais tomarão o nosso papel? Iremos assistir televisão com nossos filhos/filhas ou eles irão assistir tudo na tela de um computador, sozinhos, em seus quartos?
Lembro bem quando à noite, meu Pai sentava no sofá e todos assistiam “O homem de Seis Milhões de Dólares“. Todos juntos assistindo uma.coisa.só. E quando o bad guy fazia algo, logo meu pai falava que isso não deveria ser feito e explicava o porque. Mas como todos os pais, ele trabalhava o dia todo, então  os outros programas eu assistia sozinho, com os meus irmãos mais novos. Ou seja, sem adultos por perto.
Eu, como um bom Nerd, baixo LEGALMENTE séries e gravo programas através do Sky+ para assistir com a Fabiana. Pretendo fazer isso com o meu filho/filha. Assistir TUDO juntos, participando. Claro que filtrarei o que iremos assistir, pois não vou colocar Californation quando ele tiver 04 anos de idade. Mas quero mostrar que em tudo pode ter uma lição pedagógica, quando Pais responsáveis estão por perto e provocam questionamentos, que levem a reflexão e a discussão sadia.
Pergunto: Mas ele* não vai ver Backyardingns? Charlie e Lola? Claro que vai!!! Mas não pretendo  deixar-lo assistir sozinho. Quero participar, quero cantar, quero ficar entretido também. E reforçar quando é certo e explicar quando é errado. Entenderam? Quero fazer parte disso. Não quero usar a TV como “calabocamedásossego”! Quero ser um participante e ensinar valores verdadeiros, usando a TV como sidekick desta aventura. Se conseguirei, só o tempo irá falar. Mas pelo menos já criei uma desculpa: “Puxa, ele/ela é assim pois de vez em quando eu coloco Pica Pau para assistirmos”.
E você, qual desenho, na sua infância, praticamente te “educou”?