Algumas pessoas gostam de “sentir” o texto, ter o peso de um livro consigo nas mãos. Outras gostam de usar marcadores de livros para ter uma ideia quanto daquele livrão – como os da série Game of Thrones – você já leu. Talvez muito por conta disso o formato ebook não tenha pegado tão facilmente no Brasil e em alguns outros lugares também. O formato “físico” continua sendo rei.
Mesmo com essas duas preferências, como dissemos acima, talvez o maior “hmmm” que alguém solta quando lhe é oferecida a opção de ebook acaba sendo a questão de ler “na tela” ao invés de ler num papel. A tela de um computador ou de um smartphone acaba emitindo luz. E quando estamos querendo ir dormir, nada pior do que um aparelho eletrônico para atrapalhar nosso sono. A leitura, natural hábito de muitos antes de dormir, acaba sendo atrapalhada.
E se eu te falasse que realmente existe um dispositivo cuja tela não dói nos olhos e que realmente parece um papel? Sim, não é ficção. Realmente existe e provavelmente você já ouviu falar. É o Kindle, leitor de e-books da Amazon, gigante do varejo – o equivalente ao Submarino + Saraiva se pensarmos analogamente. A Amazon já está no Brasil há algum tempo e é possível comprar um sem as dores de cabeça nas importações da vida.
Por que se interessar? Tem vantagem?
Sim, há como você viver com o Kindle e livros físicos. A primeira vantagem é a capacidade de armazenamento do aparelho. Você pode literalmente colocar milhares de livros nele e não se preocupar com o espaço disponível na sua prateleira. Ou, principalmente, quando estamos falando em viagens. Você pode ocupar muito espaço na mala com livros. Ou então pode ter um leitor de e-book e carregar consigo vários deles.
As vantagens em relação aos livros “físicos” não param aí. Preço. O preço é uma mega vantagem. Quando uma editora vai lançar um livro, de 10 a 20% do valor de venda dele acaba indo para a gráfica, se consideramos uma tiragem pequena – coisa de 2500 exemplares. Se um livro custa 59 reais, por exemplo, o custo de impressão é entre 5 e 10 reais por exemplar. Se o livro é em formato ebook, esse custo some. Com efeito, o desconto muitas vezes acaba sendo repassado para o consumidor.
Um exemplo prático é o livro “O Poder do Hábito”, best-seller de não ficção de Charles Duhigg. Em seu preço como “capa comum”, o livro sai por R$ 49,90. A versão em Kindle sai pela metade, por 23 reais. O livro Moneyball, que deu origem a filme homônimo com Brad Pitt – aquele onde um time de beisebol começa a usar abordagem analítica para analisar jogadores – tem preço de capa de 39,90 (quando não está em promoção, claro). O mesmo livro de Michael Lewis, por ebook, sai por 17 reais.
As vantagens, aliás, não param por aí. Você não precisa carregar apenas livros no Kindle. Existe um recurso bem interessante: é possível enviar páginas da internet para ele ou mesmo textos do seu Word. No primeiro caso, basta instalar uma extensão no Chrome. No segundo, se você enviar um email para seu “email kindle” com um documento em anexo, esse documento será lido como ebook por seu aparelho.
Isso pode ser uma mão na roda em vários sentidos. A princípio, você não precisa mais ficar até de noite lendo coisas no computador. Você pode mandar artigos de seus sites preferidos para o Kindle e poder ler na cama, como um livro mesmo, ante de dormir. Em segundo lugar, você pode usar o reader como referência ao invés de uma tonelada de papel. Um bom exemplo dessa praticidade pode ser enquanto você estiver jogando poker com os amigos e precisar tirar uma dúvida sobre qual mão vale mais ou sobre as regras do poker. Se você guardar no app, rapidamente pode dar uma olhadinha.
Mas não dá para ler no smartphone?
A Amazon tem o Kindle como aplicativo para smartphones e tablets – mas garanto, não é a mesma coisa. Pela imagem acima você consegue conferir como a tela do Kindle é muito mais agradável para os olhos. Claro: só com ele em mãos você consegue sentir, literalmente, a diferença. Mas a imagem já ilustra bem isso.
O grande trunfo do Kindle, além da bateria que literalmente dura semanas, é a tela. Lembra aquela tela do Game Boy tijolão, que era monocromática e não agredia os olhos? Então, a do Kindle é assim. A dos smartphones, não.
O modelo mais barato não possui iluminação própria – tal qual o Game Boy antigo – mas há opções da linha que possuem esse recurso – é o Kindle Paperwhite. Para quem viaja de avião e precisa de luz para ler, é uma boa.
No final das contas, principalmente para quem ama ler e acaba passando mais tempo com livros do que com a televisão, por exemplo, o Kindle é um excelente investimento. O modelo mais barato sai por R$ 199 no próprio site da Amazon. O Paperwhite, com iluminação, é um pouco mais salgado: R$ 479.
Mas fica a dica: a Amazon chegou onde chegou pelo fato de cortar custos e fazer promoções a rodo. Na Black Friday, por exemplo, o primeiro modelo da linha estava com 100 reais de desconto. Então caso lhe interesse, fique de olho.
Porque para quem ama ler indiscutivelmente acaba compensando.