Nos meus 18 anos trabalhando em Pré-Vestibular aqui em São Paulo um ponto sempre me chama a atenção no vestibular: os que não fazem a prova.
No domingo, 27/11, aconteceu a 1a fase do vestibular Fuvest. Foram 146.892 pessoas concorrendo a 10.952 vagas. A abstenção foi recorde, 14.621 pessoas, 9,95% dos inscritos.
Mas o que realmente me chama a atenção são os que chegam atrasado ao local de prova. Os portões da Fuvest fecham as 13h00. É tempo suficiente para tomar um café da manhã reforçado e com calma se preparar para sair.
Muitos dos atrasados são aqueles que teoricamente teriam as melhores condições de chegar na hora. Aqueles que vão de carro. Horário de fechamento de portão é implacável. Não adianta reclamar com o segurança na porta.
Mas vou contar aqui o caso mais emocionante que já vi num outro vestibular.
Um aluno chegando eufórico 2 minutos antes de fechar o portão. Para em frente ao portão e joga as chaves do carro para um motorista nosso. “Pelo amor de Deus guarda pra mim” e sai correndo pra dentro. Motivo: o pai dele teve um infarto no caminho para o vestibular! A mãe dele encontrou com eles, levou o pai para o Hospital, e o filho seguiu de carro para a prova.
Felizmente nada de mais grave aconteceu. A mãe chegou, contou que o pai passava bem. Foi apenas um susto. Fizemos essa informação chegar ao filho, contando com o bom senso do pessoal organizador da prova.
Depois dessa, desculpas como perdi a hora, errei o caminho e fui parar em outro local de prova não colam.
Nossa responsabilidade como pai não é só acompanhar o filho. Tem que visitar dias antes o local de prova. É importante checar os acessos. Ver se terá local pra estacionar. Além disso, temos que transmitir a eles a real importância desta fase.
De uns tempos pra cá venho percebendo que os alunos estão menos criteriosos na escolha da Faculdade que vão fazer. Culpa dos pais? O que vocês acham?
Alexandre Chumer é empreendedor e acredita que a educação é a chave para mudar as pessoas