O post começa com uma pergunta: Você gosta de ser pai/mãe ou gostaria de ser livre? Bem, para mim a resposta é um paradoxo. Eu tenho vontade de ser ambos às vezes. Amo meus Padawans, amo ser pai e amo minha esposa, mas às vezes queria ser livre como se eu tivesse uns 25 anos.
E acredito que não estou sozinho nessa…
A maioria dos pais, e a maioria das pessoas, ocasionalmente imaginam como seria a vida sem filhos, sem cônjuge e o que teria acontecido se não tivessem recusado aquela oferta de emprego, ou se tivessem se mudado para Londres, ou o que quer que seja. A vida é cheia de encruzilhada e arrependimentos. Para todos.
Os pais não são diferentes. A diferença para nós é que expressar o arrependimento sobre a escolha definidora em nossas vidas – ter filhos – é geralmente considerado um tabu.
Ninguém quer ouvir que você não tem certeza de ter filhos, especialmente * depois * de tê-los! Mas eu não acho isso justo.
Eu entendo porque isso deixa um gosto ruim na boca das pessoas. Eu entendo porque eu sou bombardeado com comentários raivosos sempre que escrevo um post no blog que expressa algo menos que arrebatamento sobre meus filhos.
Obviamente, ficar impassível com sua família é abominável. Mas para a grande maioria de nós, não chega tão longe. É mais existencial.
E é totalmente aceitável!
Eu adoro ter filhos e às vezes eu gostaria de não tê-los! Paternidade e a maternidade são um paradoxo; estão cheios de contradições.
Eu sou ao mesmo tempo um grande pai e um péssimo pai. Às vezes ao mesmo tempo, no mesmo instante. Eu poderia estar chutando a bunda de um dos meus filhos, sendo todo paciente, gentil e carinhoso com o outro e no final, ficaria frustrado, irritado e desdenhoso. Eu sou paciente e impaciente, muito permissivo e muito rigoroso, exausto pelos desafios e empolgado pelos marcos.
Não tenho medo de admitir isso. Porque não é certeza e superioridade que tornam os pais melhores, e sim as dúvidas e a insegurança! É isso que te leva a tentar mais, ser melhor, dar mais.
Se você está seguro em quão bem você está, provavelmente não está indo tão bem quanto pensa.
Não há problema em ter bons e maus momentos, não há problema em ficar ansioso e assustado com o futuro, não há problema em imaginar como teria sido a vida se você tivesse menos filhos, ou não tivesse filhos, se tivesse se mudado para fora do país quando era mais jovem. O ser humano é assim e não devemos nos sentir culpados com esses pensamentos.
Se você tivesse tomado esses caminhos que você tinha imaginado, certamente pensaria como seria a vida seria com mais filhos ou com filhos e como seria se não tivesse se mudado de país.
Paternidade e a maternidade são difíceis. E todos tem o direito de surtar de vez em quando e não vamos nos julgar por isso.
Ninguém deve ser demonizado pelo ocasional “e se?” Imaginar o paraíso despreocupado que sua vida seria se você nunca teve filhos não significa que você não ama os pequenos e lindos catarrentos.
Então, volto à pergunta inicial: Você gosta de ser pai ou gostaria de ser livre? A resposta definitiva: AMBOS.