A minha filha mais nova, de 2 anos e 6 meses, ficou um tempão brincando no playground do Tauá Resort. Ela amou um brinquedo que precisa subir uma escada, atravessar uma ponte e escorregar.
Juro que ela deve ter subido e descido aquilo umas boas centenas de vezes. Porém no começo ela tinha um pouco de medo de atravessar a ponte suspensa. Compreensível, pois era razoavelmente alta, de madeira e balançava. No começo ela pedia ajuda e pedia ajuda estendendo a mão e dizendo Medo, tô com muito medo!
No começo ajudávamos, mas sempre incentivando ela ir sozinha. Chegou uma hora que ela, toda orgulhosa, nos chamava e atravessa a ponte.
Um mãe ao meu lado não fazia isso. Acompanha o filho por toda ponte, o colocava no escorregador, pedia para esperar ela descer e aí sim o moleque escorregava. Na hora lembrei de um post aqui no blog onde a psicóloga Ana Cássia Maturano diz:
“Se arriscar é importante porque faz você entrar em contato com as suas possibilidades. Assim, você passa a se enxergar como alguém que pode muito mais.”
E hoje li outra postagem e lembrei do que passamos lá no brinquedo. No momento que os pais privam suas seus Padawans de se arriscarem, eles estão os privando o desenvolvimento infantil.
A Fernanda Furia, consultoria de Inovação em Psicologia e Educação. Mestre em Psicologia de Crianças e Adolescentes pela University College London / The Anna Freud Centre na Inglaterra, diz o porque é tão importante uma criança se arriscar enquanto brinca:
- Estimula a experiência das sensações de medo e adrenalina em um contexto lúdico;
- Ensina a contrar estas emoções;
- Torna a criança mais confiante e segura sobre as suas capacidades;
- Cria adolescentes e adultos mais inovadores. Sem risco não há inovação;
- Cria uma memória destas experiências na infância para serem aplicadas na idade adulta;
- Prepara e protege para os perigos da vida;
- Ajuda a criança a perceber a sua evolução motora, cognitiva e social;
- Testa os limites e ensina as consequências de ultrapassá-los;
- Desenvolve a coragem;
- Desenvolve a capacidade de aliar diferentes situações de risco – habilidade essencial para a sobrevivência.
Pouca coisa que tiramos dos nossos filhos e filhas quando evitamos que eles corram riscos, né?
Na postagem da Fernanda Furia, ela ainda completa que mesmo os pais evitando que seus filhos e filhas se arrisquem em playgrounds, teve um aumento de acidentes em um terço nos últimos cinco anos na Inglaterra conforme informou o NHS, o sistema público de saúde inglês. As razões são duas:
- Pais ficam com a cara colada nos smartphones;
- Diminuição do tempo das crianças brincando nos playgrounds
Então pais e mães, vamos deixar nossos Padawans se arriscarem mais! Vamos deixar eles tomarem riscos controlados. Claro que se a criatura quiser subir uma escada de 100 metros não vamos deixar, mas em um ambiente controlado e monitorado por nós as chances de acidentes caem e estamos ainda proporcionando um desenvolvimento infantil pleno.
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